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O ex-presidente Lula 19 de abril de 2017 | 15:15

Lula era ‘cartão de visita’ da Odebrecht no exterior, afirma delator

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O executivo da Odebrecht Alexandrino de Alencar afirmou, em delação premiada, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva era um “popstar” em países da África e da América Latina. Segundo ele, o petista era um “cartão de visitas” da construtora. Alexandrino destacou a importância de que chefes de Estado soubessem que Lula tinha uma relação diferenciada com o grupo. De acordo com o depoimento, a empreiteira promovia palestras do ex-presidente para “vender o Brasil” e que convidava jornalistas e formadores de opinião para “mostrar a relação” da empresa com Lula. Alexandrino alega ter sido apresentado ao ex-presidente por Emílio Odebrecht, em 1994. O patriarca do grupo havia conhecido Lula por meio do ex-governador de São Paulo Mário Covas (PSDB/1995/2001). “Na época o grupo estava iniciando uma investida extremamente agressiva na área de petroquímico. E, como essa área antes era estatal, precisávamos conversar com lideranças sindicais mais à esquerda de modo a tentar influenciá-los e mostrar que não era uma ruptura que estava acontecendo e sim uma continuidade de uma maneira mais competitiva e mais aberta”. A relação teria continuado, segundo o diretor da Odebrecht, após o período em que Lula se elegeu à presidência da República. O interlocutor do grupo com o petista teria sido o homem forte do chefe do executivo Gilberto Carvalho, que recebeu o apelido de “seminarista” em trocas de e-mails de executivos da construtora. “Emílio tinha algumas reuniões com lula, se ficava alguma pendência de agenda depois eu cobrava o Gilberto. Ficou aquela pendência, como está andando? Ele fazia um follow up do que estava andando”.

Estadão Conteúdo
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