O ex-ministro Antonio Palocci 19 de abril de 2017 | 17:00

‘Tem um pessoal de extrema confiança’, disse Palocci sobre Odebrecht

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Em meio a confissões de caixa 2, a empresária-delatora Mônica Moura contou ao juiz federal Sérgio Moro sobre o início da relação do casal com o ex-ministro Antonio Palocci (Governos Lula e Dilma/ Fazenda e Casa Civil) e com a Odebrecht. Mônica Moura confessou Caixa 2 em todas as campanhas eleitorais que fizeram. Moro questionou a empresária se Palocci era o interlocutor financeiro dentro do PT. “Sim, sempre o Antonio Palocci. Sempre, desde 2006, a primeira campanha que a gente fez, não é a primeira para o partido, mas a campanha da reeleição do presidente Lula, que foi em 2006, meu interlocutor para discutir valores, enfim, negociar campanha, foi o Palocci. Até 2012. Em 2014, ele já não estava, ele já não entrou”, relatou. Mônica afirmou que ‘tinha muito relacionamento’ também com o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, preso desde abril de 2015 na Operação Lava Jato. “Ele era o financeiro, o tesoureiro, não sei o que do PT, então eu sempre estava me relacionando com ele também. A campanha de 2006, não. Eu nem conheci o Vaccari. A campanha da Marta, em 2008, eu já tive relação com ele, que ele já pagou uma parte. A parte por dentro era paga pelo partido, então, eu sempre emitia nota, contrato, era com ele (Vaccari)”, declarou. Durante o depoimento, o juiz da Lava Jato quis saber da empresária por que o casal recebia pagamentos não oficiais. “Eu não posso explicar isso. Isso para mim sempre foi um grande mistério no começo. Eu sempre perguntava, por que tem que ser assim? De verdade, não estou falando isso aqui para me eximir de nada, mas a gente sempre tentou que fosse por dentro. Por vários motivos: era mais fácil trabalhar, era mais simples, não tinha perigo, não tinha insegurança, não tinha nada o que gerava o pagamento por fora que era sempre muito complicado”, afirmou.

Estadão
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