05 de maio de 2017 | 15:00

Índios isolados correm risco de virar ‘catástrofe internacional’ diz Costa

brasil

A situação dramática em que se encontram os povos indígenas que vivem em áreas isoladas da Amazônia, por conta do esvaziamento dos postos de fiscalização da Fundação Nacional do Índio (Funai) foi destacada pelo ex-presidente da fundação Antônio Fernandes Toninho Costa ao tratar das causas de sua exoneração pelo Ministério da Justiça nesta sexta-feira, 5. Segundo ele, há risco de uma “catástrofe internacional”. Toninho fez referência às 11 Frentes de Proteção que atuam em defesa dos povos indígenas isolados e de recente contato na Amazônia Legal. Nesta área estão ainda os quatro postos de proteção da terra indígena Vale do Javari. Reportagem publicada na semana passada pelo jornal O Estado de S. Paulo mostrou que a região que concentra o maior número de índios isolados do planeta está em situação de total abandono, sofrendo invasões por todos os lados. “As frentes de proteção me preocupam muito, porque isso poderá causar uma grande catástrofe internacional se esses índios ficarem desprotegidos. É isso o que me preocupa. Os que estão aldeados podem ter acesso às políticas públicas. Os que estão isolados estão desprotegidos”, disse Toninho Costa. “A Funai corre risco sim de ser extinta, se continuarem esses ataques de parlamentares e cortes de orçamentos.” Governos de todo o mundo já cobram do Brasil uma resposta aos crimes contra povos indígenas, a garantia de recursos para a Funai e um processo acelerado das demarcações de terras. As críticas ocorreram durante a sabatina realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU) nesta sexta-feira, 5, sobre as políticas de direitos humanos do País.

Estadão Conteúdo
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