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O ministro da Defesa, Raul Jungmann 09 de junho de 2017 | 15:47

Jungmann diz que Temer tem o ‘direito’ de concluir mandato

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No momento em que o ministro Herman Benjamim lia o seu voto no Tribunal Superior Eleitoral, pedindo cassação da chapa Dilma-Temer, o presidente Michel Temer participava de mais uma cerimônia. Era a comemoração do aniversário da Batalha Naval do Riachuelo, no Grupamento de Fuzileiros Navais em Brasília. Com isso, Temer busca demonstrar que segue governando e cumprindo suas agendas, apesar dos problemas políticos enfrentados. Na solenidade, Temer ouviu “toque da Vitória”, saiu sem falar com a imprensa, deixando para o ministro da Defesa, Raul Jungmann, falar em nome do governo. Ao ser questionado se acreditava que o peemedebista chegaria ao final do seu mandato, o ministro respondeu que, “constitucionalmente ele tem esse direito”. Na cerimônia, no entanto, o destaque foi para o discurso do comandante da Marinha, almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira, que fez paralelos entre “a fúria do mar” enfrentado à época para vencer a batalha Naval do Riachuelo e os dias de hoje. Ele começou a leitura da sua ordem do dia exaltando a “data magna” da Força, lembrando a fala do almirante Barroso – “sustentar o fogo que a vitória é nossa”. O almirante Leal Ferreira disse que é preciso “enfrentar as dificuldades do presente com a mesma coragem e determinação” e citou as “condições adversas” e “tempos difíceis e incertos” vividos hoje no País. “O legado do almirante Barroso nos ensina que, diante de condições extremamente adversas, não podemos perder a serenidade e a esperança”, afirmou o almirante para em seguida dizer que a “grave crise” “não será mais forte do que nós” e que, “com o mesmo espírito com que enfrentamos os inimigos de então em Riachuelo”, “haveremos de vencê-la, eliminando posturas arcaicas e lutas que nos paralisam e dividem”. Mais tarde, questionado pelo jornal “O Estado de S.Paulo” sobre o paralelo feito em sua fala, declarou que não daria opinião sobre a crise política de hoje, “que não lhe compete”. Justificou, no entanto que, a mensagem que ele quis dar é a seguinte: “Temos de ir para a frente, em nome das gerações futuras, em busca de um País mais próspero, mais unido e também sem corrupção, claro, e sem todas estas posturas arcaicas, que têm de ser superadas”. Na ordem do dia, o almirante cita a crise “profunda e multifacetada” que “assim como as tempestades dos mares em fúria traz perigo ao navio, ameaça destruir o sonho de grande nação que podemos e devemos alimentar”. Em entrevista, ao final da cerimônia, o ministro da Defesa, perguntando sobre se o futuro político de Temer estaria ameaçado também, por conta do anúncio do desembarque do governo pelo PSDB previsto para a próxima segunda-feira, caso ele vença hoje no TSE, afirmou que o ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, lhe “confidenciou” que isso não acontecerá.

Estadão Conteúdo
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