Foto: Daniel Teixeira/Estadão
Os ex-presidentes Lula e Dilma durante 6.º Congresso Nacional do PT, realizado em Brasília 02 de junho de 2017 | 15:14

Lula diz que não apoia eleição indireta nem se Jobim for candidato

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira, 2, que nem mesmo se o ex-ministro da Defesa Nelson Jobim for candidato em uma eleição indireta ao Palácio do Planalto apoiará o nome dele. Em reunião com 28 delegações estrangeiras que participam do 6º Congresso do PT como observadores, Lula afirmou que o partido está em campanha por eleições diretas para substituir o presidente Michel Temer. A portas fechadas, repetiu que não respaldará um processo no qual votem apenas deputados e senadores. “Estão falando aí que, se o Jobim participar, eu não poderia ser contra, mas sou contra eleger qualquer candidato em eleição indireta, até mesmo ele”, disse Lula. “Prefiro perder dez eleições diretas a ganhar uma indireta.” Nos últimos dias, porém, o ex-presidente pediu a um interlocutor que sondasse Jobim – ministro em seu governo e também no de Dilma Rousseff -, com o objetivo de verificar se ele tinha interesse em se candidatar em eventual Colégio Eleitoral, caso Temer seja deposto. O jornal O Estado de S. Paulo apurou que Lula recebeu resposta negativa. Na reunião com os estrangeiros, Lula disse não entender o funcionamento dos mecanismos de colaboração entre a Justiça do Brasil e a dos Estados Unidos. “Como pode um empresário como o Joesley Batista fazer um acordo e ir morar nos Estados Unidos?”, protestou o ex-presidente. Na véspera, em discurso na abertura do 6º Congresso do PT, ao lado de Dilma, Lula havia chamado o dono da JBS de “canalha”. Réu em cinco ações penais, três das quais no âmbito da Operação Lava Jato, o petista não foi questionado sobre as acusações de corrupção das quais é alvo, mas abordou espontaneamente o assunto ao dizer que “a única coisa” que pode oferecer aos partidos amigos é sua inocência. Estavam presentes ali representantes de siglas da América Latina, Europa e África. Lula confirmou que será candidato em 2018 e avisou que, se for impedido pela Justiça, pretende rodar o Brasil para criar uma frente de partidos de esquerda junto com o PT. Indagado por um dos estrangeiros sobre qual seria o programa de governo para um eventual terceiro mandato, o ex-presidente defendeu sua administração. “Nas eleições, não vamos falar apenas em passado, mas é o passado que nos dará base para falar sobre o futuro”, afirmou ele. Leia mais no Estadão.

Estadão Conteúdo
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