19 maio 2024
Líderes da base aliada avaliam que um eventual resultado final favorável ao presidente Michel Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dará um respiro, mas não livrará o peemedebista da crise. Para governistas, Temer seguirá ameaçado pelo surgimento de novos fatos, como eventuais delações premiadas, um possível desembarque do PSDB e uma denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra ele. “Esse resultado (preliminar a favor de Temer) no TSE já era esperado e é positivo para o governo. Mas lógico que não se encerra o processo”, afirmou o líder do PR, José Rocha (PR-BA), que comanda a quinta maior bancada da Câmara, com 39 deputados. Ele se referia à decisão do pleno da corte, que por 4 votos a 3, decidiu retirar as delações da Odebrecht e dos marqueteiros do PT João Santana e Mônica Moura da ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer, o que é considerado uma projeção de um final contra a cassação do presidente. “A crise não está totalmente resolvida. A cada dia podem surgir fatos novos. Todos estávamos na expectativa desse julgamento do TSE, agora da denúncia da PGR e continua a expectativa das delações, se o (doleiro Lúcio) Funaro vai delatar, se (o ex-assessor de Temer e suplente de deputado, Rodrigo) Loures, vai relatar”, acrescentou Rocha. Apontado como operador de propinas do ex-deputado preso Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Funaro já deu sinais de que deve fazer colaboração premiada. O líder do PSD na Câmara, Marcos Montes (MG), avalia que uma absolvição de Temer pelo TSE construirá sobre ele uma “força relativa” de sustentação que pode mantê-lo no governo. “Ele vai ficar na corda bamba, mas vai se equilibrar” afirmou. O deputado mineiro prevê, no entanto, que dois fatos podem “afinar” a corda: o desembarque do PSDB do governo e possíveis delações “bombásticas”. “São alternativas que deixariam ele bambeando numa corda bem fina”, disse.
Estadão Conteúdo