Foto: Marcos Correa / Divulgação
Michel Temer 09 de junho de 2017 | 06:56

Planalto prevê denúncia e promete atender base

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Passado o julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e confirmada a projeção de absolvição de Michel Temer, o governo vai investir na arrumação de sua base, na tentativa de barrar no Congresso a já esperada denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Convencido de que Janot o acusará perante o Supremo Tribunal Federal (STF), Temer montou uma estratégia para dar aos deputados e senadores o que eles quiserem – de cargos à liberação de emendas – e avalia até mudanças ministeriais. Se Janot denunciar Temer – tomando como base delações do empresário Joesley Batista, dono da JBS –, o Supremo terá de obter autorização da Câmara para abrir ação penal contra ele. Para impedir a investigação, o presidente precisará de pelo menos 172 dos 513 deputados. Dividido, o PSDB parece cada dia mais próximo do desembarque do governo, mas a decisão final será tomada na segunda-feira, em reunião do Diretório Nacional, com a presença de governadores. No Palácio do Planalto há preocupação não apenas com a possível saída dos tucanos, mas também com o “efeito dominó” em outros partidos. É com esse diagnóstico que Temer articula uma operação “segura base”, intensificando contatos com aliados. Nesses encontros, o peemedebista dá explicações sobre as denúncias, diz ter caído em uma “armadilha” de Joesley, pede apoio e assegura que provará sua inocência. “O presidente deixou claro para nós que usará todas as forças para não cair. Fará tudo o que for necessário para governar”, contou o senador Telmário Motta (PTB-RR). “Ele é muito habilidoso e sabe tratar o Legislativo. Vai ampliar o diálogo e fará as reformas que o mercado quer”, afirmou.

Estadão
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