Foto: Wilton Junior/Estadão
o presidente Michel Temer 08 de junho de 2017 | 21:56

Temer diz que ‘acha’ que ex-ministro intermediou uso de avião da JBS

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Questionado sobre o uso do jatinho do empresário Joesley Batista, em uma viagem entre São Paulo e Comandatuba (BA), em janeiro de 2011, o presidente Michel Temer tem dito a interlocutores que “acha” que foi por intermédio do ex-ministro da Agricultura dos governos petistas Wagner Rossi que conseguiu o avião para fazer o trajeto. Temer tem alegado que o episódio ocorreu “há muito tempo” e que não é possível se recordar de todas as viagens que realizou. Em um primeiro momento, quando houve a divulgação da notícia do diário de bordo do avião da JBS, no qual constava o deslocamento dele e sua família, Temer disse que “não se lembrava” do episódio. “Isso tem mais de seis anos”, respondeu o presidente, de acordo com auxiliares, acrescentando que fez muitos voos ao longo dos últimos anos. Por isso, mandou que pesquisassem e respondessem aos questionamentos da imprensa, sem mensurar a repercussão que a informação poderia ter, já que acabou sendo usada para fortalecer a tese de sua proximidade com a família Batista. Depois, em conversas com sua esposa, Marcela Temer, e com a checagem pela sua assessoria dos voos realizados, foi constatada a viagem. O presidente, então, mandou que a informação fosse retificada. Uma nova nota foi emitida pela Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) para confirmar o voo, mas os problemas se agravaram com a inclusão de duas novas informações consideradas “absolutamente desnecessárias”, por auxiliares de Temer. “O presidente não sabia a quem pertencia a aeronave” e “não fez pagamento pelo serviço”. Para interlocutores, a repercussão negativa do “desconhecimento” do presidente e o caráter de “favor” no uso do avião deram ao episódio uma proporção muito maior do que esperavam. Apesar disso, o Planalto está tentando minimizar o problema. Assessores do presidente alegam que não há irregularidade nisso e que a prática é comum no meio político. Tentam justificar ainda que isso ocorreu nos primeiros dias que ele chegou à Vice-Presidência, quando ainda não estava familiarizado com o modus operandi na sua nova posição. Leia mais no Estadão.

Estadão Conteúdo
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