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Varanda fechada de uma residência do Lago Sul, em Brasília 27 de julho de 2017 | 17:00

Bendine e Odebrecht acertaram a propina em varanda fechada de casa no Lago Sul

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Na varanda fechada de uma residência do Lago Sul, em Brasília, o então presidente da Petrobras Aldemir Bendine reuniu-se com o empreiteiro Marcelo Odebrecht. O motivo do encontro foi a propina de R$ 3 milhões exigida por Bendine, segundo os investigadores da Operação Cobra, 42ª fase da Lava Jato. Bendine foi preso nesta quinta-feira, 27, em Sorocaba, interior de São Paulo, por ordem do juiz federal Sérgio Moro. No pedido de prisão do ex-presidente da estatal petrolífera, o Ministério Público Federal fez uma minuciosa reconstituição dos passos de Bendine para corroborar a delação premiada de Odebrecht. Bendine havia exigido, inicialmente, R$ 17 milhões. Nessa ocasião, junho de 2014, ele ainda ocupava a presidência do Banco do Brasil. Seis meses depois, em dezembro de 2014 – Lava Jato a todo vapor – Odebrecht recusou-se a pagar o montante, equivalente a 1% do montante previsto em três processos de crédito que as empresas do grupo tinham junto ao banco – R$ 600 milhões para o Estaleiro Enseada Paraguaçu, € 150 milhões para financiar a aquisição da EGF (processo de privatização em Portugal) e R$ 2,9 bilhões de crédito para a Odebrecht Agro Industrial. Em fevereiro de 2015, na véspera de assumir o comando da Petrobras com a missão de estancar a corrupção na estatal e a ela dar um novo modelo de governança, Bendine voltou à carga e exigiu R$ 3 milhões.

Estadão Conteúdo
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