27 agosto 2025
A ex-procuradora da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, Rita das Mercês, afirmou, em delação premiada ao Ministério Público Federal, que o governador Robinson Faria (PSD) ‘embolsava’, com o desvio de verbas públicas em suposto esquema de indicação de funcionários fantasmas na Casa, R$ 100 mil reais mensais, até 2010, quando deixou o cargo de presidente do Legislativo estadual. Rita foi presa na Operação Dama de Espadas, apontada como organizadora dos esquemas de desvios na Casa. Ela ficou presa por alguns dias e acabou solta por força de habeas corpus. Rita procurou o Ministério Público Federal para delatar os envolvidos. A delação da servidora embasou a Operação Anteros, da Polícia Federal, deflagrada nesta terça-feira, 15, por decisão do ministro Raul Araujo, da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça. O alvo principal da Anteros é o governador. A Polícia Federal fez buscas na residência e no gabinete de Robinson na sede do Executivo. Segundo Rita, ‘Robinson Faria contava com a sua colaboração e com o auxílio do então secretário administrativo da Casa Rodrigo Marinho’. Ela citou, ainda, outros supostos ‘colaboradores’ do esquema do governador – a então assessora da Presidência da Assembleia, Magaly Cristina da Silva, da servidora da folha de pagamento Marlucia Maciel Wilson Chacon, Ubaldo Gesteira, Débora Katia e Francisco Edson Carvalho. Rita afirmou que todos cuidavam de ‘arregimentar os nomes de pessoas para a inserção na folha de pagamento com o fito único, repita-se, de se apropriar dos valores relativos aos seus salários’. A ex-procuradora da Assembleia afirmou que ‘as pessoas arregimentadas nos moldes expostos foram inicialmente nomeadas para cargos em comissão que existiam na estrutura da Casa Legislativa, embora, no mais das vezes, não exercessem qualquer atividade’.
Estadão