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Ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB) 23 de agosto de 2017 | 06:55

TJ-MG mantém condenação de ex-governador tucano

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O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) confirmou na madrugada desta quarta-feira, 23, , depois de mais de dez horas de julgamento, a condenação de primeira instância do ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB), acusado dos crimes de lavagem de dinheiro e peculato, no esquema conhecido como mensalão mineiro. Houve, no entanto, pequena redução na pena de prisão dada em primeira instância, de 20 anos e 10 meses para 20 anos e 1 mês. O tucano vai recorrer em liberdade. O julgamento foi concluído por volta de 0h30 desta quarta-feira. Dois desembargadores votaram pela manutenção da decisão de primeiro grau e um, contra. Ficou decidido ainda que Azeredo só será preso depois de esgotados recursos no próprio TJ. A decisão de inclui também pagamento de 88 dias multa, com um salário mínimo por dia multa. Segundo o Ministério Público Estadual (MPE), o ex-presidente nacional do PSDB participou de desvios de dinheiro de estatais para abastecer sua campanha à reeleição ao governo em 1998 – ele perdeu para Itamar Franco. Na sustentação oral, o procurador Antonio de Pádua Marques Júnior afirmou que Azeredo “tinha toda a compreensão do que estava se passando”. Citando depoimentos, o procurador afirmou ainda ter ficado provado que o tucano se reuniu com Marcos Valério, acusado de repassar por meio de suas empresas de publicidade recursos para a campanha de Azeredo. “Há ainda 72 ligações (telefônicas) entre Marcos Valério e Azeredo”, afirmou. O advogado do tucano, Castellar Modesto Guimarães, também em sustentação, afirmou que as ligações telefônicas “surgiram muito tempo depois” e que o MPE desprezou provas importantes no processo que poderiam afastar o tucano de envolvimento no esquema. “Azeredo vive um martírio sem explicação”, disse. Na denúncia contra Azeredo, de 2007, o MPE afirmou que o tucano, como governador do Estado, participou do desvio de R$ 3,5 milhões de estatais como a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) para sua campanha. Os recursos foram repassados pelas empresas de publicidade de Marcos Valério, já condenado a 37 anos de prisão pela participação no mensalão federal, que veio à tona no governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Estadão
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