Foto: Dida Sampaio/Estadão
O ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero 05 de setembro de 2017 | 19:18

“Que República é essa?”, diz Calero, sobre R$ 22,5 mi de Geddel

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O ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, disse não estar ‘surpreso’ com a apreensão de mais de R$ 22,5 milhões – contagem parcial – em um endereço, em Salvador, atribuído ao ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB). “Não posso dizer que estou propriamente surpreso. Mas, de fato, é espantoso”. Calero protagonizou a crise que culminou com a saída de Geddel do governo Temer, em novembro de 2016, quando pediu exoneração alegando que o peemedebista o pressionou. Hoje, Geddel está em prisão domiciliar na Operação Cui Bono?, que investiga desvios na Caixa Econômica Federal. Quando estava à frente da pasta da Cultura, Calero deixou o cargo afirmando ter sido pressionado pelo então ministro da Secretaria Geral de Governo para a liberação, pelo Iphan da Bahia, de um prédio onde havia adquirido um apartamento. Nesta terça-feira, 5, a Polícia Federal, no âmbito da Operação Tesouro Perdido, desdobramento da Cui Bono?, descobriu um apartamento, em Salvador, sem mobília, no qual estavam depositadas oito malas e sete caixas recheadas de notas de R$ 100 e R$ 50 – até as 18 horas, a contagem indicava a fortuna de R$ 22,5 milhões. Como reação, o ex-ministro da Cultura disparou contra o peemedebista em suas redes sociais. “Não posso dizer que estou propriamente surpreso. Mas, de fato, é espantoso”. “Que República é essa? Depois de testemunhar o “homem de mais inteira confiança” de Temer correndo com mala de dinheiro, hoje descobre bunker do seu mais próximo ministro, por quem pediu favores especiais, e que se vangloriava de amizade de décadas. Detalhe: envolvidos soltos”, afirmou. Calero ainda disse agradecer ‘todos os dias pelo discernimento, pela fortaleza’, e por ter se ‘livrado dessa gente inescrupulosa’. Em agosto, Geddel se tornou réu por obstrução de Justiça. O ex-ministro teria atuado para evitar a delação premiada do corretor financeiro Lúcio Funaro, que poderia implicá-lo em crimes de corrupção na Caixa Econômica Federal.

Estadão Conteúdo
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