22 de outubro de 2017 | 09:15

Debate eleitoral inclui privatização e tamanho do Estado

brasil

Ciro Gomes aposta em juros baixos e estatais fortes. Geraldo Alckmin quer ser o candidato da responsabilidade fiscal. João Doria bate na tecla das privatizações. Marina Silva fala em ajustes, mas acha o receituário de Michel Temer excessivo. Lula fala em crédito farto para incentivar o consumo. Jair Bolsonaro defende um Estado menor. Os nomes mais fortes hoje na corrida ao Planalto testam discursos para o combate à crise, prevendo encontrar um eleitorado afoito por soluções que levem à volta do crescimento. Ciro Gomes, por exemplo, indica já ter uma posição bem definida e tem girado universidades do País para apresentá-la. O ex-governador do Ceará e ex-ministro da Fazenda, que pretende se lançar pelo PDT, se diz adepto do novo desenvolvimentismo. Defende redução dos juros para conter a dívida pública, incentivos às empresas nacionais e adota defesa do Estado forte, ao falar na retomada de campos de petróleo leiloados e reversão de eventual venda da Eletrobrás. Ele mantém o ex-ministro e filósofo Mangabeira Unger como um de seus principais colaboradores. Recentemente, indicou apoio ao manifesto do economista Luiz Carlos Bresser-Pereira que, entre outras coisas, condena as privatizações. Já Marina Silva tenta se equilibrar na defesa do controle de gastos públicos e na manutenção de estatais como a Petrobrás. Segue tendo no economista Eduardo Giannetti da Fonseca um de seus principais colaboradores. Liderando pesquisas de intenção de voto, Lula tem levantado bandeiras como o uso de reservas internacionais do País para investimentos em infraestrutura e a realização de um referendo para revogar medidas de Temer, como a limitação para gastos do governo e a reforma trabalhista. O discurso, por ora, segundo admitem aliados, é mais uma peça política para mobilizar a base eleitoral do petista do que uma proposta real de política econômica.

Estadão Conteúdo
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