24 de novembro de 2017 | 17:19

Cabral pede que Bretas se declare impedido de julgá-lo no caso que envolve Eike

brasil

A defesa do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) solicitou ao juiz da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, Marcelo Bretas, que ele se declare impedido de julgá-lo no caso referente à operação Eficiência 2. Nele, o ex-governador, preso há um ano, é acusado de receber US$ 16,5 milhões (em valores de hoje, cerca de R$ 53 milhões) de propina do empresário Eike Batista. Procurado pela reportagem, Bretas afirmou que só vai se manifestar nos autos do processo.Os advogados Rodrigo Roca e Luciano Saldanha Coelho, críticos do desmembramento dos processos, alegam que o fato de Bretas já ter condenado Cabral no que se refere à Operação Calicute (45 anos e 2 meses de prisão, por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e pertencimento a organização criminosa) o impediria de julgar os demais. Isso porque seria “ilógico e incoerente” ele absolvê-lo já tendo decidido pela condenação no anterior.Em alegações finais datadas de quarta-feira, 22, a defesa desqualifica as delações dos irmãos doleiros Marcelo e Renato Chebar, que serviram a Cabral na ocultação de dinheiro sujo, segundo o Ministério Público Federal, pede que os fatos atribuídos a Cabral na Eficiência 2 sejam considerados crime único, e ainda solicita que Bretas decline da competência em favor da Justiça Estadual, “natural da demanda”. No texto, os advogados voltam a sustentar: “Nunca houve corrupção porque não havia contrapartida aos ditos corruptores; cuidou-se, sim, de malversação de verba privada oriunda de ‘sobras de campanha’, que o acusado recebeu como agente político. Aí está a verdade. Nada mais que isto. E nada menos”.Nas alegações, os advogados acusam os procuradores da República que investigam Cabral de “colorir os fatos de maneira tão viva e com tamanha aparência de verdade, que passou a soar como estultice dizer-lhes o contrário”.

Estadão
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