Foto: Fernando Bizerra Jr./Estadão
06 de novembro de 2017 | 07:30

Indecisão sobre Lula faz PCdoB ter candidata

brasil

O PCdoB lançou ontem a pré-candidatura da deputada estadual gaúcha Manuela D’Ávila à Presidência da República. É a primeira vez desde a redemocratização do País, em 1985, que o partido lança um nome na disputa pelo Palácio do Planalto. Apesar do anúncio, a presidente do partido, Luciana Santos, disse à reportagem que a pré-candidatura não afasta o PCdoB do PT, seu aliado histórico. Segundo ela, a decisão de lançar Manuela D’Ávila foi tomada diante da instabilidade política do País, “sem comprometer a aliança política que possa haver com o PT lá na frente”. “Não há um partido mais defensor do PT do que o PCdoB”, disse Luciana. “Nós queremos nos apresentar com mais força para ajudar o conjunto do nosso campo político a retomar a Presidência da República no ano que vem”, explicou. Segundo ela, a candidatura vai se consolidar no processo de convenções. Entre os petistas, as reações ao anúncio do PCdoB foram díspares A senadora Gleisi Hoffmann (PR), presidente nacional do PT, comemorou a candidatura de Manuela em seu perfil nas redes sociais. “Grande quadro político, grande mulher! Ali na frente nos encontraremos, Manu!”, escreveu no Twitter. Já o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) lamentou o anúncio. “Respeito o PCdoB, respeito a Manuela, acho que ela é um dos melhores quadros da nova geração. Mas considero a decisão um erro histórico.” Ele comparou a decisão à posição dos comunistas em 1954, na crise que levou ao suicídio de Getúlio Vargas. Na época, o partido pressionou pela renúncia. Para Lindbergh, os comunistas deveriam estar com o PT desde já. “Acho um equívoco em um momento como este, em que querem impedir a candidatura de Lula.”

Estadão Conteúdo
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