02 de novembro de 2017 | 10:45

Sindipetro acusa Petrobras e convoca assembleia para 6ª sobre acidente da Replan

brasil

O Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro SP) marcou para amanhã (3) assembleia para discutir o acidente ocorrido nesta quarta-feira (1º) na Refinaria de Paulínia (Replan), maior unidade de refino da Petrobras. A Replan, que tem capacidade para processar 415 mil barris diários de petróleo, ou 20% da produção nacional, está parada desde ontem (1º), depois de uma falha técnica ter provocado problemas em quase todas as unidades que compõem o complexo, localizado a 118 km da capital paulista. A Replan ocupa uma área de cerca de 9 quilômetros, cujo entorno ficou tomado por uma espessa fumaça tóxica, segundo o diretor do Sindipetro SP, Arthur Ragusa. De acordo com ele, esta é a terceira vez que a Replan para em menos de um mês, informou. Das outras duas vezes, a falha de se deu por falta de energia elétrica e nada ocorreu de grave. Desta vez, segundo Ragusa, a falta de ar comprimido nas unidades, devido ao rompimento de uma tubulação, prejudicou a operação de todas as unidades e provocou a emissão de gases tóxicos na atmosfera. “O ar comprimido é usado para o controle de válvulas. Com a falta dele, a unidade de craqueamento (separação dos componentes do petróleo) acionou a reversão por segurança, e o produto que viria para dentro da unidade saiu pela chaminé e formou uma imensa nuvem de fumaça com uma mistura de gasolina, GLP e óleo diesel vaporizados, com alto grau de explosividade,” explicou o petroleiro, lembrando que poderia ter havido uma explosão se a fumaça encontrasse no caminho um maçarico, por exemplo. O alarme disse, demorou meia hora para ser acionado. Na Replan trabalham duas mil pessoas, de acordo com o sindicato. No momento do acidente havia cerca de 1,6 mil empregados no local, entre contratados e terceirizados. “Todos ficaram muito assustados, em pânico, e saíram correndo, mas felizmente ninguém se machucou”, afirmou.

Estadão Conteúdo
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