Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino
O ministro Gilmar Mendes 28 de dezembro de 2017 | 08:33

‘A roda da fortuna virou’, diz Gilmar sobre ex-procurador que pediu sua suspeição

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Na manifestação entregue à presidente do Supremo, Cármen Lúcia, em que avisa ‘não aceitar’ o pedido de suspeição movido por Marcelo Miller, o ministro Gilmar Mendes afirma que o ex-procurador da República ‘segundo relatos, teria pouco respeito pelo due process of law e, agora, se viu na contingência de suplicar proteção judicial efetiva’. “Certamente, é um duro aprendizado e uma lição de vida inolvidável”, segue Gilmar. “E mais surpreendente ainda, suas súplicas foram deferidas pelo magistrado que ele considera suspeito.” Miller requereu a suspeição de Gilmar no âmbito de um pedido que fez ao Supremo para ficar em silêncio na CPI da JBS. Em sorteio, a relatoria caiu com o ministro, que acabou acolhendo o pedido da defesa, permitindo que o ex-procurador não se pronunciasse sobre perguntas feitas pelos parlamentares quando comparecesse à Comissão. “Essa é a beleza do estado de direito: ele protege até mesmo seus violadores sistemáticos”, afirma Gilmar sobre o ex-procurador que deixou a carreira no Ministério Público Federal para trabalhar junto a um escritório de advocacia que atendia o Grupo JBS – cujos principais executivos mergulharam o governo Temer em sua pior crise política. Miller é alvo de investigação por suposto jogo duplo em benefício da JBS à época em que ocupou cargo no Ministério Público Federal. Seu nome foi citado pelo empresário Joesley Batista em um áudio em que o empresário confessa supostas omissões em sua delação e que culminaram com a rescisão de seu acordo com a Procuradoria-Geral da República. Quando fez o pedido, em 24 de novembro, o habeas ainda não havia sido julgado. A defesa de Miller afirmou à Cármen que Gilmar seria parcial ao julgar seu pedido com base em declarações públicas do ministro. Leia mais no Estadão.

Estadão
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