13 de dezembro de 2017 | 18:29

Deputados e especialistas divergem sobre dados relativos a mortes por aborto

brasil

Em audiência pública realizada hoje (13) na Câmara dos Deputados para discutir dados sobre mortes em decorrência de aborto no Brasil, houve divergências entre os defensores da descriminalização e regulamentação do aborto e os que defendem a proibição total desta prática.Participantes da reunião alinhados aos que são contra o aborto questionaram dados divulgados na imprensa e identificaram como registros válidos os oficiais sistematizados pelo Ministério da Saúde por meio do sistema DataSUS. A base disponibiliza informações sobre mortes no país por recortes como mulheres em idade fértil e mães.A professora Lenise Garcia, do Departamento de Biologia da Universidade de Brasília (UnB), citou como exemplo negativo reportagem do jornal Estado de S. Paulo publicada em 17 de dezembro do ano passado. Segundo o texto, que atribuiu o número ao Ministério da Saúde, quatro mulheres morrem por dia no Brasil por complicações no procedimento. “O número era um equívoco, isso foi confirmado pelo ministério, não dizia respeito a mortes mas a internações para realizar o procedimento”, reclamou.A médica ginecologista Elizabeth Kipman também de manifestou favorável à adoção dos registros oficiais do ministério. Elizabeth selecionou entre as mortes maternas aquelas motivadas por interrupção de gravidez e chegou ao número de 121 falecimentos nesta condição em 2015, o que faria desta a 17ª causa de óbitos. Para a médica, a atenção deveria se voltar para a problemas maiores. “Nós temos que defender as mulheres mais frágeis. De 0 a 4 anos, tivemos 22.963 mortes no mesmo ano”, afirmou.

Agência Brasil
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