Foto: Dida Sampaio / Estadão
Henrique Meirelles 22 de dezembro de 2017 | 07:40

Rota 2030 é decisão política, diz Henrique Meirelles

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O destino do Rota 2030, a nova política industrial para o setor automobilístico, será decidido pelo presidente Michel Temer, disse nesta quinta-feira, 21, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. “Isso é uma decisão de ordem política”, afirmou. “Uma questão da indústria versus a questão fiscal.” Segundo fontes próximas à negociação, o martelo poderá ser batido no início da próxima semana. A atual política de incentivo às montadoras, chamada Inovar-Auto acaba no dia 31. O Rota 2030 foi elaborado para substituí-la, mas ainda não foi anunciado por uma razão simples: não há dinheiro. Não só o governo enfrenta uma situação de forte restrição fiscal, como também não há previsão, na proposta de Orçamento de 2018, de nenhum incentivo tributário para as montadoras. Assim, o que está nas mãos de Temer é decidir se haverá algum incentivo. A Fazenda é contra. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) quer dar descontos em impostos para estimular investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Mas, para isso, será preciso tirar dinheiro de outras áreas. Mdic e montadoras falam em incentivos de R$ 1,5 bilhão. “Não tem país com indústria automobilística que não tenha uma política automotiva”, disse o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Antonio Megale. “É uma decisão de País, se quer ou não ter indústria.” A indefinição, disse, é um problema principalmente para as montadoras “premium”, que investiram muito no País na esteira do Inovar-Auto e agora “estão a descoberto”. Os embates entre Fazenda e Mdic chegaram a um impasse e o formato do Rota 2030 ficou a cargo da Casa Civil, que exerce um papel de coordenação entre as diversas pastas do governo. A decisão final, porém, depende do presidente.

Estadão
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