16 de janeiro de 2018 | 17:00

Caixa era usada como ‘ativo’ da organização criminosa, diz Procuradoria

brasil

O Ministério Público Federal afirma que a Caixa Econômica Federal era usada como “uma espécie de ativo” pela organização criminosa supostamente liderada pelos ex-presidentes da Câmara Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves, ambos do MDB, ambos presos – Cunha desde outubro de 2016, na Operação Lava Jato, Alves desde junho de 2017, na Operação Manus. Nas alegações finais que entregou à Justiça Federal no âmbito da Operação Sépsis – investigação sobre desvios milionários do Fundo de Investimentos do FGTS (FI-FGTS) da Caixa -, a Procuradoria da República pede pena de 386 anos de prisão para Eduardo Cunha e 78 anos para Henrique Alves. O foco central da acusação contra os emedebistas – a quem são atribuídos os crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e prevaricação – são as operações na Caixa. Os procuradores estão convencidos de que a organização se infiltrou no banco, conseguindo a nomeação do executivo Fábio Cleto, seu aliado, para um cargo estratégico, a vice-presidência de Fundos de Governo e Loterias (VIFUG). A acusação tem lastro, inclusive, na delação premiada do corretor Lúcio Bolonha Funaro. “Frisa-se que Eduardo Cunha, conforme narra o colaborador Lúcio Funaro, já tinha o conhecimento de que o cargo na VIFUG iria servir para o recebimento de vantagem indevida, uma vez que, antes mesmo de Fábio Cleto assumir, já teriam ocorridas, no ano de 2009, operações com o recebimento de vantagem indevida”, destaca a Procuradoria. “Assim, a vice-presidência da Caixa Econômica Federal em questão era considerada pela organização criminosa do PMDB uma espécie de ‘ativo’ que, explorado com inteligência e esperteza, geraria um fluxo de caixa contínuo de vantagens indevidas”, afirma a Procuradoria. Nos autos da Operação Sépsis, a Caixa requereu a sua habilitação como assitente de acusação.

Estadão Conteúdo
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