Foto: HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO
Ex-presidente Lula 19 de janeiro de 2018 | 07:00

‘Se o PT quiser, serei candidato à Presidência, aconteça o que acontecer’, diz Lula

brasil

A seis dias do julgamento em segunda instância que poderá torná-lo inelegível, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira, 18, que pretende sair candidato à Presidência “aconteça o que acontecer”. Em discurso durante ato de artistas e intelectuais em seu apoio, em São Paulo, o petista voltou a acusar seus adversários de quererem criminalizar o PT. “Quero que o PT me indique à Presidência. Se não for como candidato, serei como cabo eleitoral. Se o PT quiser, estarei como candidato à Presidência, aconteça o que acontecer”, disse. Condenado em primeira instância no âmbito da Lava Jato, Lula terá recurso julgado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) no dia 24, em Porto Alegre, no caso do tríplex do Guarujá (SP). Segundo a Justiça, o apartamento teve a reforma paga pela empreiteira OAS, que recebeu em troca vantagens indevidas. Se tiver a condenação confirmada, Lula poderá ficar inelegível pela lei da Ficha Limpa. Sobre o julgamento, Lula disse estar “tranquilo” e “com a consciência limpa”. “Mesmo se acontecer a condenação, vocês verão que eu continuarei tranquilo. A minha tranquilidade vai infernizar a vida deles.”O ex-presidente voltou a criticar os membros da força-tarefa da Lava Jato e o juiz Sérgio Moro pela forma como atuaram em seu caso, dizendo que eles inventaram uma “mentira” e que agora “não conseguem voltar atrás”. O petista afirmou ainda que seu julgamento virou uma questão de “soberania nacional”. “Os delegados da Lava Jato mentiram. Mentiu o Ministério Publico quando fez a acusação e mentiu o juiz Sérgio Moro quando me condenou (…) Como é que eles vão dizer agora que eu não tenho um tríplex?”, questionou. Lula disse que sempre acreditou na democracia, mas que agora entende que existem dois tipos dela: uma “democracia formal” e a “democracia que queremos”. “O que está em jogo neste instante é algo mais forte que eu, é a soberania nacional. Eles querem fazer com que esse País volte a ter complexo de vira-lata”, disse o petista, retomando o discurso de que os governos não petistas trabalharam para vender o patrimônio nacional e manter a desigualdade no País. “Igualdade (para eles) é uma palavra com forte conteúdo e pouca praticidade.” O petista ainda enumerou as realizações de seu governo e disse que, apesar de tudo, o brasileiro “aprendeu que é bom ter direito” e “a andar de cabeça erguida”.

Estadão
Comentários