Foto: ED FERREIRA/ESTADÃO
Paulo Vieira de Souza 21 de março de 2018 | 07:10

Delator que citou propina visitou a Dersa

brasil

O ex-diretor de Infraestrutura da Odebrecht em São Paulo Carlos Armando Paschoal esteve na Dersa em dez ocasiões, entre 2008 e 2010, período em que Paulo Vieira de Souza era diretor de engenharia da estatal. Ligado ao PSDB paulista, Vieira de Souza é apontado em delações de ex-executivos da Odebrecht e da OAS e do operador Adir Assad como destinatário de propinas provenientes de contratos de obras viárias em São Paulo. As informações sobre as visitas de Paschoal à Dersa foram anexadas pela própria defesa de Vieira de Souza e citadas por ele em depoimento no inquérito no Supremo Tribunal Federal que investiga o suposto repasse de propina para a campanha do atual ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, à Prefeitura de São Paulo em 2008. Os repasses, segundo o delator, teriam ligação com obras viárias, entre elas o túnel Roberto Marinho, executadas por meio de um convênio entre a Prefeitura e a estatal ligada ao governo paulista. Embora tenha confirmado, em depoimento à Polícia Federal, a informação da Dersa sobre as dez visitas, Vieira de Souza apontou ter se reunido somente três ou quatro vezes com Paschoal. Uma das dez visitas registradas pela estatal foi em 2008, ano em que Paschoal diz em sua delação ter se reunido com Vieira de Souza para tratar do pagamento de propina. Segundo a Dersa, houve uma visita em 25 de novembro daquele ano. “A empresa não pode afirmar com quem o sr. Carlos Armando Paschoal se reuniu, mas os registros de controle de acesso indicam que o mesmo se dirigiu ao 10.º andar onde estavam localizados os gabinetes dos diretores da Dersa”, diz resposta dada ao questionamento enviado por Vieira de Souza via Lei de Acesso à Informação. Ao todo, a estatal informou uma visita em 2008, sete em 2009 e outras duas em 2010.

Estadão
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