Foto: Werther Santana / Estadão
Michel Temer 26 de março de 2018 | 06:50

Temer enfrentará dificuldade para conseguir apoio da própria base para reeleição

brasil

Mesmo usando a reforma ministerial para tentar amarrar os partidos a seu projeto eleitoral, o presidente Michel Temer enfrentará dificuldade para conseguir apoio da própria base aliada a sua candidatura à reeleição. Das nove maiores legendas da base fora o MDB, sigla de Temer, três já lançaram ou lançarão nos próximos dias pré-candidatos à Presidência da República e outras seis já anunciaram ou sinalizaram apoio a outros presidenciáveis. Em linhas gerais, dirigentes partidários dizem que a candidatura de Temer é hoje pouco atrativa. Argumentam que o emedebista tem a mais baixa popularidade se comparado a ex-presidentes e fraco desempenho nas pesquisas de intenção de voto, nas quais pontua com, no máximo, 1%. Para essas lideranças, Temer também enfraquece sua candidatura quando diz que ela tem como principal objetivo defender o legado de seu governo. Integrantes da base, DEM e PSC já lançaram pré-candidatos ao Palácio do Planalto, respectivamente: o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), e o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro. Já o PRB deve lançar esta semana o empresário Flávio Rocha, dono das lojas Riachuelo, como seu presidenciável. “Ele fechou com a gente para tentarmos viabilizar essa pré-candidatura”, disse o líder da sigla na Câmara, deputado Celso Russomano (SP). O anúncio oficial da filiação e do lançamento da pré-candidatura de Rocha deve ocorrer após reunião dele com deputados federais da sigla marcada para terça-feira, 27. “Chegamos a conversar com outros partidos, como o MDB, mas caminhamos para fechar com o PRB.”, disse ao Estadão/Broadcast o empresário, que se reuniu com Russomano no sábado, na capital paulista. “Queremos construir uma candidatura liberal na economia e conservadora na parte social”, afirmou. No comando do Ministério do Trabalho, o PTB já fechou aliança para apoiar o governador Geraldo Alckmin, presidenciável pelo PSDB, e diz que não mudará de posição. “Estamos na torcida por ele (Temer), é um homem de bem, mas já temos compromisso com Alckmin. Não podemos mais mudar o caminho que escolhermos. Já avançamos nas negociações regionais”, disse o presidente da sigla, o ex-deputado Roberto Jefferson. Ele afirma estar disposto até mesmo a entregar a Pasta, caso Temer exija da sigla compromisso de apoio a sua reeleição. O PSD sinalizou apoio a Alckmin e diz também estar disposto a entregar o ministério, caso oficialize aliança com o tucano. “O PSD entende que, caso o governo tenha um candidato, o que é natural, partidos que não estiverem nesse projeto devem se desligar do governo”, afirmou o ministro Gilberto Kassab (Ciência e Tecnologia), que negocia aliança com Alckmin no plano nacional em troca de indicar o candidato a vice-governador na chapa do PSDB em São Paulo.

Estadão
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