Foto: André Dusek / Estadão
Lúcio Funaro 23 de abril de 2018 | 06:50

‘Figura delinquencial’, diz amigo de Temer sobre Funaro delator

brasil

Ao prestar depoimento no âmbito da Operação Skala, o amigo e ex-assessor do presidente Michel Temer, José Yunes, voltou a relatar às autoridades sobre o dia em diz ter recebido um ‘envelope grosso’ do doleiro Lúcio Funaro a pedido do ministro Eliseu Padilha. O advogado próximo do emedebista chegou a ser preso no âmbito da ação deflagrada no âmbito de inquérito que investiga o presidente por suposto favorecimento da Rodrimar com o Decreto dos Portos. Yunes está no banco dos réus por suposto envolvimento com o ‘Quadrilhão do PMDB’ na Câmara Federal. A Procuradoria destaca o papel dele no suposto recebimento de R$ 1 milhão do doleiro Lúcio Funaro em seu escritório de advocacia, para a campanha emedebista de 2014. Ele admitiu, em depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral, o recebimento de R$ 1 milhão em seu escritório, e disse ter sido ‘mula’ de Padilha. O dinheiro teria como origem o departamento de propinas da Odebrecht, segundo afirmam delatores. Antes de ser denunciado, ele foi alvo da Skala, que prendeu amigos do presidente Temer. Na ocasião, voltou a ser questionado sobre o caso. Sua defesa tem sido feita pelos advogados Rodrigo Dall’ Acqua e Thiago de Queiroz Nunes. Yunes disse que se lembrar ‘de que se tratava de envelope lacrado grosso, da espessura de pouco mais de dois centímetros, que não era pesado e que a oportunidade não recebeu nenhuma caixa por parte de Funaro’. O advogado ainda contou que ‘conhecia o ministro Padilha e tem a esclarecer, que com relação à pessoa de Padilha tinha um relacionamento amistoso, em consideração ao Presidente da República e que essa foi a única vez que Padilha lhe fez esse tipo de pedido’. Yunes diz ter detalhado ‘para Michel Temer sobre o tal pedido, alguns dias depois, e que inclusive falou para Michel Temer que ficou estarrecido com a ‘tal figura delinquencial’, após tomar conhecimento através do Google sobre envolvimento em escândalos por Lúcio Funaro’.

Estadão
Comentários