26 novembro 2024
O Ministério da Transparência identificou o pagamento indevido de R$ 3 bilhões, nos últimos cinco anos, de aposentadoria do INSS para produtores rurais classificados como segurados especiais. Mais R$ 1,179 bilhão poderá ir para o ralo por ano se os benefícios irregulares não forem revistos.A conta das aposentadorias rurais sempre fica no vermelho porque mais pessoas recebem o benefício do que trabalhadores que contribuem para o INSS. Em 2017, o déficit da Previdência rural ficou em R$ 110,7 bilhões, aumento de 7% em relação a 2016.O órgão de controle, antiga CGU, deu prazo de 30 dias para o INSS traçar um plano de ação à revisão dos benefícios. Os auditores cobram da Dataprev, empresa de tecnologia da informação da União, a suspensão dos benefícios irregulares, a apuração das responsabilidades pelas concessões e o ressarcimento dos valores devidos.Esse tipo de benefício previdenciário se enquadra na categoria de segurado especial, que possui um tratamento diferenciado em relação aos demais aposentados e pensionistas. São incluídos nesta categoria o pescador artesanal, seringueiro ou extrativista vegetal que façam dessas atividades o principal meio de vida. É um benefício concedido para a proteção social.Entre as irregularidades apontadas pelos auditores estão o recebimento da aposentadoria por beneficiários que se mantinham trabalhando. Pelas regras, não pode receber o benefício integrante da família que possuir outra fonte de rendimento, exceto casos específicos. Também há casos de pagamentos a detentores de propriedade rural, o que também é irregular.
Estadão