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Grace Mendonça 04 de maio de 2018 | 06:50

Número 2 da AGU pede exoneração e critica ministra Grace Mendonça

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O advogado-geral da União substituto, Paulo Gustavo Medeiros Carvalho, número 2 na Advocacia-Geral da União (AGU), pediu exoneração na quarta-feira, dia 2, e expôs divergências com a gestão da ministra Grace Mendonça. A ministra, que vinha sendo alvo de manifestações de entidades que representam carreiras ligadas ao órgão, tem sido criticada internamente por trocar duas pessoas de postos-chave no órgão sem comunicação prévia. Na carta em que pediu demissão, Carvalho, que também era secretário-geral de Consultoria, afirmou que “o interesse público e da instituição (…) sempre deve prevalecer sobre projetos e interesses pessoais”. Em entrevista ao Estado, o ex-substituto de Grace Mendonça disse que as exonerações do procurador-geral federal, Cleso José da Fonseca Filho, e da procuradora-geral da União, Izabel Vinchon Nogueira de Andrade, em abril, foram o ápice de uma insatisfação que, segundo ele, é generalizada. “Retirar duas pessoas que estão fazendo trabalho relevante, sem nenhum aviso nem nada, acabou por ferir o interesse público”, afirmou ao Estado. Ele disse que, no ano passado, a atuação da Procuradoria-Geral Federal levou a uma arrecadação de mais de 400% em relação ao ano anterior e que, na Procuradoria-Geral da União, houve recuperação “na cifra de bilhões”. “Acabou, por essa questão, desmantelando, não só a equipe, não só esses que estão na chefia direta, como os subordinados. Houve insatisfação generalizada, tanto que entidades e associações de todas as carreiras manifestaram isso”, disse Carvalho. Notas com críticas a Grace Mendonça foram divulgadas pela Associação Nacional dos Advogados Públicos Federal (Anafe), a maior entidade de representação de membros da instituição, e pelo Fórum Nacional da Advocacia Pública Federal. Também foi entregue à ministra da AGU um memorando assinado por integrantes da direção central da Procuradoria-Geral Federal, procuradores regionais federais, coordenadores de fóruns temáticos de procuradores pedindo “o restabelecimento do diálogo e a preservação dos valores que devem presidir as relações de respeito institucional na Advocacia-Geral da União”. Na semana passada, Grace Mendonça disse que não “vislumbrou polêmica” nas exonerações. “Estamos todos dentro da casa, somos todos advogados públicos, e a ideia central é aprimorar a gestão, mas acima de tudo também dar oportunidade a outros colegas de carreira para contribuírem para a gestão da casa”, disse Grace, no dia 24 de abril, quando foram exonerados os chefes da PGU e PGF. Segundo ela, o órgão vive um processo de mudança e de aprimoramento de gestão. Questionada nesta quinta-feira, 3, via assessoria de imprensa, sobre as críticas de Carvalho e das entidades, Grace Mendonça não se manifestou.

Estadão
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