Foto: Dida Sampaio/Estadão
Com mandatos de oito anos, com exceção de João Capiberibe (PSB-AP), que está em seu último ano de mandato, todos estão com vaga garantida no Senado até 2023 01 de agosto de 2018 | 09:24

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Pelo menos 14 senadores vão disputar o governo de seus estados nas eleições de outubro, segundo levantamento feito pela Agência Brasil. Com mandatos de oito anos, com exceção de João Capiberibe (PSB-AP), que está em seu último ano de mandato, todos estão com vaga garantida no Senado até 2023. Para o analista político do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antônio Augusto de Queiroz, entre as razões para as candidaturas está a imagem desgastada do Congresso perante a sociedade, mas não é só isso. “Uma das grandes motivações é que, para eles, é um desconforto grande o deslocamento do estado de origem para Brasília toda semana. O segundo fator é que governador tem muito mais poder, mais status que senador”, avaliou. Há ainda os casos em que a candidatura é posta para reforçar o grupo político ao qual o senador ou senadora pertencem. Segundo o cientista político e professor da Universidade de Brasília, Lúcio Remuzat Rennó, além de mandato, em comum, esses parlamentares têm nomes consolidados, cabos eleitorais fidelizados e base definida. “São pessoas que têm enorme visibilidade nos estado e uma influência grande na estrutura partidária, isso os credencia para disputa de cargos majoritários. Essa é uma tendência natural no mundo todo. Nos Estados Unidos, é muito comum senadores se candidatarem aos estados”, lembrou. Apesar da expectativa de que o suplente na chapa de senador seja escolhido pela capacidade de reforçar o mandato do ponto de vista programático e de angariar votos, na prática, assim como já ocorre historicamente, isso deve continuar não acontecendo, segundo os especialistas. “No passado, os ex-governadores de estado que se candidatavam ao Senado sempre indicavam um parente para ser seu suplente, hoje, cada vez mais, tem preferência para ocupar essa vaga, nomes que tenham dinheiro para financiar a campanha e que tragam votos”, disse Antônio Queiroz. O analista observa que nessa eleição a indicação de parentes de senadores, ou de postulantes ao Senado, tem ganhado força para ocupar uma vaga na Câmara dos Deputados. Um exemplo disso é o do senador João Capiperibe. Ele tenta emplacar o filho Camilo Capiberibe na Câmara. O movimento contrário também ocorre. Deputados federais que vão tentar uma vaga no Senado querem os filhos na Câmara. É o caso de Silvio Costa (Avante-PE) que quer ver Silvio Costa Filho (PRB-PE), ocupando uma cadeira de deputado federal.

Agência Brasil
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