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Fachada do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) 31 de outubro de 2018 | 16:47

Ministros do TSE avaliam que são remotas as chances de ‘terceiro turno’

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Após a vitória nas urnas, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) terá novos enfrentamentos com o candidato derrotado, Fernando Haddad (PT), no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Doze ações de investigação judicial eleitoral (AIJEs) tramitam na Corte para apurar eventuais abusos nas campanhas que disputaram o segundo turno. Não há previsão de quando os casos serão apreciados pelo plenário do TSE, mas a presidente do tribunal, ministra Rosa Weber, já prometeu dar a eles “encaminhamento célere”. A campanha de Bolsonaro é alvo de oito ações, que investigam suposto disparo em massa de mensagens no aplicativo WhatsApp contra o PT, ataque cibernético ao grupo de Facebook “Mulheres Unidas contra Bolsonaro”, outdoors espalhados com o nome do deputado federal em diversos municípios e acusações de abuso de poder econômico na atuação de empresários a favor de sua candidatura. Além do PT, o PDT, a ex-ministra Marina Silva (Rede) e Guilherme Boulos (PSOL), candidatos derrotados no primeiro turno, acionaram o TSE contra a campanha de Bolsonaro. Do outro lado são quatro ações apresentadas por advogados de Bolsonaro contra Haddad, para investigar os seguintes episódios: a turnê do cantor Roger Waters, acusado de fazer “showmício” contra Bolsonaro; uso da estrutura política e administrativa do governo da Paraíba, comandado por Ricardo Coutinho (PSB), a favor de Haddad; a relação da campanha do petista com sindicatos e entidades estudantis; e a divulgação de matéria no jornal “Folha de S. Paulo”, acusado por Bolsonaro de veicular reportagem sem apresentar provas sobre o suposto disparo de mensagens no WhatsApp contra o PT. O relator dos processos é o ministro Jorge Mussi, que em entrevista ao Estado na véspera do primeiro turno disse que a Justiça Eleitoral “atuará com serenidade e firmeza para coibir toda e qualquer conduta que puder atentar contra o regime democrático, a lisura e a normalidade do pleito e a igualdade de oportunidades entre os candidatos”. Dentro do TSE, a avaliação é a de que, hoje, são mínimas as chances de o “terceiro round” da corrida ao Palácio do Planalto levar eventualmente à cassação da chapa formada Bolsonaro e seu vice, o general Hamilton Mourão (PRTB). Para um ministro ouvido reservadamente, não é papel da Justiça Eleitoral substituir a vontade do eleitor soberano.

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