Foto: Divulgação/PROS
O presidente nacional do PROS, Eurípedes Júnior 18 de outubro de 2018 | 18:40

PF procura presidente do PROS, Eurípedes Júnior, após ordem de prisão

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A Polícia Federal procura o presidente nacional do PROS, Eurípedes Júnior, alvo da Operação Partialis, deflagrada nesta quinta, 18. A investigação mira suposto esquema de desvios de mais de R$ 2 milhões em contratos da prefeitura de Marabá para compra de gases medicinais no interior do Pará. A Partialis é desdobramento da Operação Asfixia. A prisão temporária de Eurípedes, por cinco dias, foi decretada pela Justiça Federal. A PF cumpre 17 mandados judiciais, dos quais 4 de prisão preventiva e 4 de temporária, expedidos pela 2ª Vara da Justiça Federal de Marabá, no Pará, nas cidades de Marabá, Altamira e Brasília. Os agentes federais fizeram buscas na sede do PROS. A PF prendeu o ex-prefeito de Marabá João Salame Neto (PPS), dois ex-assessores, a mulher de um deles e três empresários. A investigação é um desdobramento da Operação Asfixia, deflagrada em junho de 2016, para apurar fraudes em licitações para aquisição de gases medicinais promovidas pela Prefeitura de Marabá. Segundo a PF, após a análise de documentos apreendidos, descobriu-se ‘um verdadeiro esquema criminoso dentro do paço municipal’, com ilicitudes que consistiam na cobrança de valores por parte de servidores municipais em troca da facilidade no recebimento de valores atrasados. Os investigadores destacam uma anotação que indicava o depósito de R$ 100 mil reais para uma suposta parceria. A Federal relata que, ao todo, em verbas federais, municipais e estaduais, os assessores diretos do ex-gestor municipal, sob comando dele, sacaram em espécie, na boca do caixa das empresas que tinham contratos com a Prefeitura de Marabá, mais de R$ 1,5 milhão. Outro R$ 1 milhão foi depositado na conta da esposa de um assessor imediato do ex-gestor municipal. Parte dos valores foi transferida, por meio de terceiros diretamente para as contas do ex-gestor municipal. De acordo com a investigação, além da apropriação desses montantes, também foi adquirida, com recursos públicos federais, por um dos empresários investigados e presos durante a Operação Asfixia, uma aeronave adquirida de uma empresa com sede em Altamira. A investigação sobre a aquisição da aeronave envolve o presidente do PROS. A PF narra que, após publicação em jornal local de que tal compra havia sido realizada pelo ex-gestor, por pessoa interposta, a aeronave foi enviada para Goiânia, onde ficou sob responsabilidade da direção nacional do partido. “Tanto os empresários da empresa de Altamira/PA como a direção nacional do partido praticaram uma série de ilicitudes, a fim de justificar a versão dos fatos apresentadas perante a Justiça”, afirma a nota da PF. A Receita, em análises de sigilo fiscal, apontou irregularidades, como movimentações bancárias em valores superiores aqueles declarados, em alguns casos até cinco vezes maior, indicando a prática de ilícitos fiscais e evolução patrimonial vertiginosa e incompatível com a renda declarada. De acordo com levantamentos preliminares, os valores desviados dos cofres públicos podem chegar a mais de R$ 2 milhões. Os investigados responderão pelos crimes de associação criminosa, corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica, uso de documento falso e apropriação e/ou desvio de recursos públicos. Ao todo as penas pelos crimes investigados podem alcançar mais de 30 anos de reclusão. Os presos, serão encaminhados para presídios das cidades de Marabá/PA, Altamira/PA e Brasília/DF, onde ficarão à disposição da Justiça Federal. O nome da operação, Partialis, em latim significa parceria. Leia mais no Estadão.

Estadão Conteúdo
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