Foto: JF Diorio / Estadão
Com R$ 7 bilhões a receber, BNDES é o maior credor do grupo baiano nessa categoria de empréstimo, que não é garantido por bens, como ações ou imóvei 19 de junho de 2019 | 06:53

Bancos públicos têm R$ 17 bilhões em dívidas sem garantias com Odebrecht

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Os bancos públicos e o fundo de investimento do FGTS (FI-FGTS) são os maiores credores do grupo Odebrecht SA sem garantias reais, como ações e imóveis. Essas instituições detêm quase R$ 17 bilhões de dívidas incluídas nessa categoria dentro da recuperação judicial da empresa, que foi aceita nesta terça-feira, 18, pelo juiz João de Oliveira Rodrigues Filho, da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais, de São Paulo. O processo da Odebrecht, que tem dívidas de R$ 98,5 bilhões, é considerado o maior da história. Sem garantias, os bancos públicos vão para o fim da fila dos credores a receber, na frente apenas dos acionistas. Além disso, deverão ter um desconto grande sobre o valor principal, dependendo das negociações na assembleia. Nessa categoria de empréstimos, o maior credor é o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A instituição tem cerca de R$ 7 bilhões em créditos da Odebrecht. Em seguida, aparece o Banco do Brasil com R$ 4,75 bilhões; e a Caixa, com R$ 4,13 bilhões. O crédito do FI-FGTS é de R$ 902 milhões, segundo a lista de credores constante no processo judicial. Na outra ponta, estão os bancos privados – Bradesco, Santander e Itaú. Juntos eles têm uma dívida a receber de R$ 1,3 bilhão, sem garantias. Em contrapartida, detém um crédito de R$ 8,4 bilhões, com garantias, especialmente de ações da Braskem. No caso de Bradesco e Itaú, que têm o maior montante segurado com os papéis da petroquímica, o valor foi elevado no ano passado quando os dois bancos aceitaram fazer um novo aporte de R$ 2,6 bilhões no grupo. De um total de R$ 14,5 bilhões de dívidas com garantias, como ações da Braskem, e que não entraram na recuperação judicial, os bancos públicos detém uma fatia de apenas R$ 6 bilhões.

Estadão
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