14 de junho de 2019 | 13:21

Desvio de dinheiro do BNDES para bancar Previdência é alvo de críticas

brasil

A proposta de desviar recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) para cobrir despesas com aposentadorias e pensões está entre os pontos mais polêmicos do relatório apresentado nesta quinta-feira (13) pelo relator da reforma da Previdência, deputado Samuel Moreira (PSDB). Atualmente, a Constituição determina que 40% dos recursos do FAT devem ser direcionados ao BNDES. O relator acatou emenda do deputado Eduardo Cury (PSDB-SP), que propõe o redirecionamento dos recursos, “que deixariam de ser destinados ao financiamento de programas de desenvolvimento econômico”. Projetos de longo prazo no país, como os ligados, por exemplo, a ferrovias, serão diretamente prejudicados pela mudança, diz Venilton Tadini, presidente da Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base). “A mudança é um equívoco pavoroso, parte do pressuposto de que o BNDES é pouco utilizado, mas isso acontece hoje porque o investimento em infraestrutura está baixo.” “Em uma eventual retomada econômica, haverá escassez de financiamento. Reduzir mais ainda o orçamento do banco é uma temeridade.” Felipe Salto, diretor da IFI (Instituição Fiscal Independente), órgão ligado ao Senado, afirma que a desidratação daquilo que importa, que são as mudanças das regras previdenciárias, foi alta. Ele critica a tentativa de recompor essa economia perdida com medidas de aumento de receitas de outras fontes. “Questões como o FAT nada têm que ver com a Previdência. É retirar o financiamento do investimento, o pouco que existe, para pagar despesa corrente”, afirma.

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