17 de junho de 2019 | 13:15

Odebrecht finaliza pedido de recuperação judicial, que pode chegar a R$ 90 bilhões

brasil

A Odebrecht S.A. já está com tudo praticamente pronto para a entrada do seu pedido de recuperação judicial, que deve ser protocolado em breve, provavelmente no final da tarde desta segunda-feira (17). A lista de credores ainda está sendo definida, mas o calote deve ficar entre R$ 85 bilhões e R$ 90 bilhões. Será a maior recuperação judicial já realizada no país, superando a da empresa de telefonia Oi, que chegou a R$ 64 bilhões. Segundo fontes próximas ao processo, os membros do conselho de administração passaram o fim de semana analisando a questão e já teriam concordado que é a única saída possível dada a crise financeira do grupo. O grupo baiano enfrenta dificuldades desde a deflagração da Operação Lava Jato, que desvendou um esquema de corrupção em que executivos da Odebrecht pagavam propinas a políticos e funcionários públicos para obter obras. Além da holding, a recuperação judicial deve envolver cerca de 15 empresas do grupo, mas as companhias operacionais – OEC (construção civil), OR (incorporação imobiliária), Enseada (estaleiro), Ocyan (petróleo) e Braskem (petroquímica) – não serão incluídas. Os maiores credores são os bancos públicos, com destaque para o BNDES. Logo depois estão Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. Outro grupo de credores relevantes são os detentores de bônus no exterior. Os bônus, que chegam a R$ 12 bilhões, entraram na recuperação judicial porque foram emitidos por uma empresa chamada OSL, que é ligada a holding ODB. Todavia, são garantidos pelo braço de construção do grupo, a OEC. Por conta disso, haverá uma negociação separada. Dos cerca de R$ 85 bilhões em débitos, R$ 13 bilhões são as chamadas dívidas extraconcursais, que entram no processo de recuperação judicial, mas tem garantias específicas. Neste caso, as garantias são as ações da petroquímica Braskem, a empresa mais saudável do grupo.

Folhapress
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