Foto: Divulgação/Arquivo
Bolsonaro e a filharada 03 de setembro de 2019 | 10:04

Eduardo Bolsonaro nos EUA: Cheiro de fumaça da Amazônia ou de hambúrguer?

exclusivas

A elevação da impopularidade do presidente Jair Bolsonaro (PSL), captada pelo Datafolha, é uma prova de que o povo, a principal instituição do país, está funcionando. Seria uma temeridade realmente que o primeiro mandatário estivesse dizendo tantas baboseiras, além de dedicando-se com afinco a um projeto de desmonte do precário Estado Social brasileiro, e, ainda assim, lograsse obter mais aprovação, principalmente da população mais afetada por suas sandices e as de seus ministros.

Só os mais tolos poderiam esperar realmente que da cachola de um político forjado nas franjas do mais rasteiro baixo clero, dono de um discurso moralista de araque, pudessem sair boas ideias para resgatar o Brasil da enorme crise em que as gestões desastradas do petismo o jogaram. A cada dia que passa aumentam as evidências de que o homem eleito para presidir o Brasil nestes próximos quatro anos é dono da mais completa incapacidade para fazê-lo e não conseguirá superar suas óbvias limitações.

O fosso social aumenta na mesma proporção da ausência de boas propostas para fazer a economia girar numa demonstração de que o tal “Posto Ipiranga”, como convencionou chamar seu ministro Paulo Guedes, da Economia, não foi capaz de apresentar qualquer nova iniciativa que apontasse para a saída da crise, além de ter liderado uma reforma da Previdência que, a par de manter privilégios, ampliaria o arrocho sobre os mais desfavorecidos, não fosse a intervenção de setores do Parlamento brasileiro preocupados com seu desgaste.

Com índices como os exibidos pelo Datafolha, que insiste em desacreditar, apesar de sua clareza, e a perspectiva de que piorem, porque não há expectativa de melhora nem do governante nem do conteúdo do seu governo, Bolsonaro passa a ser uma figura tóxica ao ambiente político que, normalmente, nestes casos, tende a se afastar de sua figura problemática. Quem pagar para ver, sucumbirá na mesma espiral de descrédito e desaprovação, notadamente candidatos nas próximas eleições municipais que até ontem ainda o considerassem um bom eleitor.

Mas o que essa situação oferece é também a oportunidade de uma classe política cujo hábito é o de sempre se agachar diante do chefe do executivo poderoso de plantão exerça sua autonomia e impeça que o presidente indique um dos filhos para o posto de Embaixador do Brasil nos Estados Unidos, um dos motivos, aliás, que pesaram na péssima avaliação que se faz deste governo. Já corre as ruas uma piada sobre o encontro recente entre o filhão, um dos Zeros, zeros, e o presidente Donald Trump.

O norte-americano teria perguntado ao brasileiro: – My son, esse cheiro de fumaça é da Amazônia ou do hamburguer?

O filme queimou, Bolsonaro!

Comentários