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O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu 25 de setembro de 2019 | 17:45

Presidente de Israel escolhe Netanyahu para formar coalizão

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O presidente de Israel, Reuven Rivlin, escolheu nesta quarta-feira, 25, o nome do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu para permanecer no cargo após as eleições do dia 17 e tentar novamente formar governo no país. “A responsabilidade de formar o governo será entregue ao primeiro-ministro e líder do (partido) Likud, Binyamin Netanyahu, levando a uma declaração do presidente Rivlin e Netanyahu”, informou uma nota da Presidência antes do anúncio oficial. Netanyahu e seu principal opositor, o general Benny Gantz do partido Azul e Branco, sigla que conquistou a maioria das cadeiras do parlamento israelense, chamado de Knesset, haviam se reunido na segunda-feira com o presidente Rivlin para que tentassem chegar a um acordo para formar um governo de união, onde ambos poderiam se revezar no cargo de primeiro-ministro, o que falhou. O Likud, partido de Netanyahu, conquistou 32 cadeiras na Knesset, ficando atrás do Azul e Branco, com 33. Para formar maioria no governo, é necessário acumular o apoio de 61 dos parlamentares, entre as 120 cadeiras disponíveis. Considerando as alianças com partidos menores, o Likud ultrapassou o Azul e Branco com o apoio de 55 parlamentares. Mesmo assim, ainda está abaixo do mínimo necessário para obter maioria. Já Gantz conquistou o apoio total de 54 parlamentares. Gantz estava na frente nas previsões iniciais de apoio, mas três deputados da coalizão de partidos da Liga Árabe, que declarou apoio ao general, foram contra a recomendação das siglas na semana passada e declararam apoio a Netanyahu. Os dois maiores candidatos haviam acordado a possibilidade de um governo de união, mas em termos diferentes. O líder do Azul e Branco havia afirmado durante as eleições que não se aliaria ao Likud enquanto Netanyahu enfrentasse as acusações. Outra condição para uma possível aliança seria um governo amplo e secular, com a exclusão dos partidos judaicos ultraortodoxos, apoiadores de Netanyahu. No anúncio desta quarta-feira, Netanyahu pediu por um “amplo governo de união” com Gantz, reconhecendo que não tem a capacidade de governar sozinho. “Nós dois não podemos formar um governo a não ser que estejamos juntos”, disse. “A ordem para o momento é um governo de união, um amplo governo nacional de união que seja formado rapidamente”. Ele ainda ressaltou a questão da segurança pública, ponto forte de sua campanha, citando o Irã como uma ameaça, além dos desafios econômicos e a “grande oportunidade” de delimitar fronteiras, especialmente na Cisjordânia, com a apresentação do plano de paz para o Oriente Médio proposto pelo seu aliado, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Também nesta quarta, em comunicado emitido após a decisão de Rivlin, Gantz reforçou os problemas legais nos quais Netanyahu está envolvido. “O Azul e Branco, liderado por mim, não concorda em entrar em um governo cujo líder enfrenta um sério indiciamento”, disse. “Essa questão, além de diversos fatores críticos, é mais importante para nós do que qualquer delegação de cargos ministeriais ou rodízio”. Rivlin reforçou que sua decisão não se trata de uma solução e que ambos os candidatos eram responsáveis pela resolução do impasse político. “O povo israelense precisa saber que um governo pode ser formado”, disse. “É verdade que todos terão que se comprometer. Mas se um governo não for formado, são os cidadãos de Israel que vão pagar o preço mais alto”. Apesar do papel exercido pelo presidente ser mais cerimonial, é sua responsabilidade escolher o candidato que ele acredita ter maiores chances de formar um governo de coalizão. Rivlin disse que após explorar todas as opções, ele concluiu que Netanyahu teria uma chance maior de formar governo. O impasse levou o partido Yisrael Beitenu, liderado pelo nacionalista Avigdor Lieberman, a um grande poder de decisão. A sigla tornou-se a terceira maior força da Knesset, com oito cadeiras. Lieberman defendeu um governo de união, sem os partidos ultraortodoxos, o que também o fez se posicionar contra o protecionismo de Netanyahu aos religiosos. Porém, não chegou a expressar apoio explícito a Gantz. Leia mais no Estadão.

Estadão Conteúdo
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