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Estudos da Ufba mostram que festa começou no território da comunidade 30 de janeiro de 2020 | 16:03

Comunidade quer ser reconhecida como Patrimônio Imaterial da Festa de Iemanjá

salvador

A líder do PT na Câmara Municipal de Salvador, vereadora Marta Rodrigues se reuniu, na última terça-feira (28), com a comunidade do Alto da Sereia, do Rio Vermelho, e com representantes da Fundação Gregório de Mattos (FGM) para discutir o processo de registro especial de Patrimônio Imaterial da Festa de Iemanjá. Segundo a associação de moradores, estudos da Universidade Federal da Bahia (Ufba) mostram que a festa começou no território da comunidade, que fica em uma falésia à beira-mar ao lado do Morro da Paciência.

Muitos pescadores e marisqueiras da comunidade cobram participação e incorporação dos relatos históricos levados pela comunidade, uma vez que eles tiveram, e têm, papel fundamental na construção da Festa. Eles contam que no local havia uma pedreira cujas pedras foram usadas para a construção do bairro Rio Vermelho. Por conta desse processo, explica a marisqueira e líder comunitária Marivaldina Maria da Paixão, uma falha geológica foi formada e uma gruta passou a ser utilizada para saudar e reverenciar a orixá Iemanjá.

“Quem começou isso foi um pescador chamado Sameão e isso está registrado no Livro Terreiro de Griô. A família dele ainda vive lá. Tinha uma cerimônia todo 2 de fevereiro nessa gruta, com presentes e reverências, depois que começou a se festejar no mar. Registrar a festa como patrimônio cultural imaterial requer contar a história por completo, consultando e envolvendo todos que tiveram participação direta para o surgimento da homengem à rainha do mar, mas a prefeitura só ouviu uma instituição ou um grupo pequeno de pessoas”, explica Marivaldina que ressalta que o processo de registro contou apenas com relatos da Associação de Pescadores Z1 e de pequenos grupos.

Para Marta Rodrigues, é importante que neste processo os moradores do Alto da Sereia sejam consultados antes da conclusão do registro. “O patrimônio é de toda cidade e pra se construir um registro assim precisa ouvir todos os envolvidos. Não pode ser feito às pressas”.

Conforme a petista, um patrimônio imaterial é um registro para a cidade e para o Brasil, “por isso precisa contemplar toda a história e realidade da festa”. “É preciso valorizar a tradição oral”, finaliza.

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