8 julho 2025
Integrantes da bancada de Oposição na Assembleia Legislativa da Bahia criticaram, nesta sexta-feira (14), o governador Rui Costa (PT) devido aos nove empréstimos solicitados pelo petista ao longo de seu mandato, iniciado em 2015. Levantamento aponta que as operações de crédito totalizaram R$ 5 bilhões (levando em conta a cotação atual do dólar e do euro), em média R$ 1 bilhão em empréstimos por ano, “o que deve ser motivo de alerta por parte do Executivo”.
Nesta última segunda (10), Rui mandou para a Assembleia o nono pedido de empréstimo em sua gestão, desta vez no valor de R$ 250 milhões, junto ao Banco do Brasil. O objetivo, diz Rui, “é a viabilização de investimentos previstos no Orçamento do Estado nas áreas de infraestrutura viária e mobilidade urbana”. Contudo, o governador não especifica quais projetos serão beneficiados.
“Todo esse histórico mostra aquilo que nós já estamos alertando há anos: o governador tem, flagrantemente, descumprindo a Lei de Responsabilidade Fiscal ao endividar o Estado com estes empréstimos. O volume de recursos é absurdo e, sem dúvidas, coloca em risco as contas do Estado”, afirmou o deputado estadual Targino Machado (DEM), líder da Oposição.
Para ele, o endividamento provocado pelas operações de crédito pode, no médio e longo prazo, levar a Bahia a uma situação de falência, como ocorreu com diversos Estados brasileiros. “Por esta má gestão fiscal, a Bahia tem classificação C na capacidade de pagamento, segundo o Tesouro Nacional, o que impossibilita o estado de receber garantias da União para operações de crédito. O Tesouro, inclusive, fez uma série de recomendações para que o governo, como cortar despesas, modernizar a máquina arrecadatória para melhorar a situação fiscal, mas nada é seguido pelo governo”, frisou.
Nesta última quarta (12), a Oposição conseguiu derrubar a votação do requerimento de urgência do pedido de empréstimo de R$ 250 milhões. O tucano Paulo Câmara pediu verificação de quórum e apenas 29 dos 32 deputados estaduais necessários compareceram em plenário. Diante do Carnaval que se inicia já na próxima semana, o projeto de Lei n° 23.747/2020 só deve ser votado em março, mas a base governista vai tentar votar pelo menos o requerimento na próxima segunda (17).
A bancada entende que a nova operação de crédito é mais um “cheque em branco” ao governo, que não detalhou onde pretende aplicar os recursos pretendidos. “A mensagem do governador tem apenas três parágrafos para justificar o pedido de empréstimo. Ele traz apenas informações superficiais, mas precisamos saber detalhadamente onde este dinheiro será aplicado. Do contrário, esse empréstimo é um cheque em branco”, afirmou Sandro Régis, líder do DEM na Casa.
Empréstimos de Rui
– Nove projetos enviados à Assembleia Legislativa com pedidos de autorização para realizar operações de crédito junto a diversas instituições financeiras, nacionais e internacionais, desde 2015, quando o governador assumiu seu primeiro mandato
– Em média, cerca de R$ 1 bilhão em empréstimos por ano
– No total, foram R$ 5.001.400.000 de operações de crédito aprovadas – levando em conta os valores atuais do dólar e do euro
2020: R$ 250 milhões
2019: R$ 172,4 milhões (US$ 40 milhões)
2018: R$ ?1 bilhão
2017: R$ 100 milhões
2016: R$ 1,293 bilhão (US$ 300 milhões)
2016: R$ 702? milhões (150 milhões de euros)
2016: R$ 862 milhões (US$ 200 milhões)
2016: R$ 600 milhões
2015: R$ 1,724 bilhão (US$ 400 milhões)