Foto: Lucas Jackson/Reuters
24 de junho de 2020 | 13:10

Reabertura nos EUA faz estados atingirem recordes diários de casos de coronavírus

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Os novos casos de coronavírus subiram muito em vários estados americanos, com Arizona, Texas e Califórnia relatando novos recordes diários de infecções na terça-feira (23).

Isso fez as autoridades enrijecerem as regras sobre algomerações e insistir para que as pessoas fiquem em casa e sigam as diretrizes de distanciamento social.

O número total de casos confirmados de coronavírus em todo o mundo ultrapassou 9,1 milhões, com mais de 2,3 milhões deles nos Estados Unidos, enquanto o número de mortos no país superou 121 mil, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins.

Os dois estados mais populosos, Califórnia e Texas, relataram cada um mais de 5.000 novas infecções, batendo seus próprios recordes diários anteriores.

Na terça (23), o governador do Texas, Greg Abbott, disse que não queria recuar na reabertura do comércio no estado, e que os moradores teriam de assumir a responsabilidade por usar máscaras e praticar o distanciamento social. Mas ele pediu que os texanos tomem mais precauções, dizendo que as pessoas não devem sair se não for absolutamente necessário.

Abbott e o governador da Flórida, Ron DeSantis, ambos republicanos, anunciaram planos para reforçar a aplicação das diretrizes de distanciamento social revogando ou suspendendo licenças de venda de bebidas alcoólicas dos estabelecimentos que violarem as restrições.

A Flórida, que registrou mais de 103 mil casos de coronavírus e mais de 3.200 mortes, teve recentemente um aumento das infecções entre pessoas mais jovens.

O Arizona também relatou um recorde de casos na terça: os 3.591 novos casos de Covid-19 levam o total no estado a mais de 58 mil, segundo dados do Departamento de Serviços de Saúde.

O estado se tornou um dos mais atingidos pelo coronavírus no país, semanas depois que o governador Doug Ducey, republicano, suspendeu as ordens para ficar em casa. Na semana passada, Ducey voltou atrás e permitiu que os governos locais ordenem o uso de máscaras em locais públicos para desacelerar a disseminação do vírus.

Nova York atingiu sua menor porcentagem de resultados positivos em testes de Covid-19 desde março, mas as autoridades de saúde estão monitorando de perto os pontos onde persistem os maiores índices de infecção, como alguns bairros de baixa renda na cidade de Nova York. A cidade entrou nesta semana na fase 2 do plano de reabertura, que permite a volta de trabalhadores aos escritórios e o reinício dos serviços de restaurante em espaços externos.

Na vizinha Nova Jersey, o governador democrata, Phil Murphy, disse na terça que os parques de diversão e aquáticos no estado, muito atingido pela doença, poderão funcionar com 50% da capacidade. Os funcionários e clientes terão de usar máscaras. Os playgrounds do estado também deverão abrir em 2 de julho.

O ministro da Saúde, Anthony Fauci, e outras autoridades da área defenderam a ação do governo federal contra a pandemia, dizendo que eles pretendiam aumentar a aplicação de testes durante o verão e que o presidente Donald Trump não havia ordenado que reduzissem o ritmo, como sugeriu no fim de semana.

“Nenhum de nós recebeu ordem de desacelerar os testes”, disse o doutor Fauci em depoimento a uma comissão do Congresso na terça. “Pelo contrário. Vamos fazer mais testes, e não menos.”

A posição do governo sobre os testes teve uma nova análise dos deputados democratas e de especialistas em saúde pública depois que o presidente disse em um comício em Tulsa, em Oklahoma, no sábado (20) que tinha pedido um número menor de testes porque o aumento do número de infecções causa má impressão. A Casa Branca disse na segunda que o presidente estava brincando e não deu essa ordem a seus comandados.

Especialistas em saúde pública dizem que os Estados Unidos devem realizar pelo menos 6 milhões de testes por semana para que o país possa retomar as atividades sociais em segurança —aproximadamente o dobro do número de testes que são administrados hoje no país por semana.

As ações de empresas americanas subiram na terça enquanto os indicadores mostravam sinais de recuperação nos setores industrial e de serviços em todo o mundo.

Folha de S. Paulo
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