Foto: Tânia Rego/Agência Brasil
O ministro da Economia, Paulo Guedes 16 de outubro de 2020 | 20:15

Guedes sobre novo imposto: Sou homem que desiste fácil das coisas? De jeito nenhum

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O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta sexta-feira, 16, que não desistiu da ideia de lançar um imposto sobre transações digitais, aos moldes da antiga CPMF, para desonerar a folha de pagamentos (ou seja, reduzir os encargos que as empresas pagam sobre os salários dos empregados). “Eu sou homem de desistir fácil das coisas? De jeito nenhum”, respondeu o ministro ao ser questionado em live pelo economista-chefe da XP, Caio Megale, se tinha desistido do novo imposto.

“Eu não me importo se o imposto é feio desde que ele funcione em criar novos empregos”, disse Guedes, acrescentando que a ideia é desonerar a folha de todos os setores da economia, e não apenas as 17 atividades que são hoje beneficiadas pela desoneração dos salários. O ministro descartou, porém, que o tributo seja uma reedição da CPMF, imposto sobre transações financeiras. “Não é CPMF de jeito nenhum. É digital”.

A CPMF foi um imposto que existiu até 2007 para cobrir gastos do governo federal com projetos de saúde – a alíquota máxima foi de 0,38% sobre cada operação. Em 2015, o governo, então sob comando da presidente Dilma Rousseff, chegou a propor a volta do tributo, mas isso acabou não acontecendo.

A assessora especial do Ministério da Economia, Vanessa Canado, já disse que o novo imposto sobre transações, que o governo tem tentado desvincular da antiga CPMF, não incidirá somente sobre transações digitais, mas sobre “todas as transações da economia”.

Na quinta-feira, 15, Guedes disse à CNN que poderia desistir da criação do novo imposto. “Não tem aumento de imposto, não existe aumento de imposto”, afirmou. “A mídia, por exemplo, quer desonerar a folha [de pagamento], não quer? Esse imposto só entraria se fosse para desonerar. Talvez nem precise, talvez eu desista”.

Estadão Conteúdo
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