16 maio 2024
As vendas de óleo diesel no mercado brasileiro atingiram em setembro níveis superiores ao mesmo período do ano anterior, em mais um sinal de retomada da economia após o período mais crítico da pandemia. O mercado espera que o ritmo se mantenha até o fim do ano.
Segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), as distribuidoras de combustíveis venderam em setembro 5,2 bilhões de litros de óleo diesel, volume 7% superior ao verificado no mesmo mês de 2019. Foi a primeira vez desde o início da pandemia que a marca do ao anterior foi ultrapassada.
Segundo executivos do setor, o desempenho foi impulsionado pela boa safra de grãos, cujo transporte é um dos principais consumidores de diesel do país. Mas os dados de outubro e do início de novembro mostram que a recuperação de comércio e indústria também vem impulsionando o transporte de cargas.
Entre os dias 1 e 28 de outubro, segundo boletim do MME (Ministério de Minas e Energia), o consumo do combustível cresceu 2,8%, na comparação com o mesmo período do ano anterior – a ANP só divulgará os dados oficiais de outubro no fim de novembro.
A retomada do consumo vem levando a Petrobras a registrar sucessivos recordes de vendas do combustível. Em setembro, foram 400 mil barris por dia, superando a marca de 361 mil barris por dia registrada em julho. No terceiro trimestre, a estatal produziu em suas refinarias um volume de diesel 12% superior ao do mesmo período de 2019.
O mercado espera que, mantido o ritmo, o consumo nacional de diesel feche o ano um pouco acima do registrado em 2019. Em relatório sobre o setor de combustíveis, o banco UBS diz ver ainda espaço para maior recuperação à medida em que mais cidades removam restrições à mobilidade estabelecidas durante a pandemia.
No acumulado do ano, segundo a ANP, as vendas de diesel ainda são 1% menores do que no mesmo período de 2019. O desempenho, porém, ainda é melhor do que o dos outros combustíveis automotivos, que sofreram mais com a redução da circulação de pessoas durante a pandemia.
As vendas de gasolina e de etanol acumulam queda de 9,1% e 16%, respectivamente, no ano. No primeiro caso, houve recuperação em setembro, diante dos altos preços do etanol, com alta de 2,23% em relação ao mesmo mês do ano anterior.
Folha de S.Paulo