Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Expectativa é que Banco Central autorize funcionamento até o fim do primeiro trimestre; instituição pode ter 49% das ações vendidas 05 de dezembro de 2020 | 15:40

Auxílio emergencial faz Caixa criar banco digital para baixa renda que pode render R$ 50 bilhões

economia

A pandemia da Covid-19 fez a Caixa Econômica Federal detectar uma oportunidade de negócio capaz de render ao menos R$ 50 bilhões. A perspectiva foi impulsionada pelo pagamento do auxílio emergencial.

O montante bilionário é o valor estimado com a abertura de capital (49% das ações) de um banco digital que a Caixa pretende criar. O patrimônio da instituição viria dos serviços prestados pelo aplicativo Caixa Tem.

Hoje, a ferramenta tecnológica está vinculada a 105 milhões de contas. Elas foram abertas para o pagamento do auxílio emergencial e outras transações financeiras via celular —forma de estimular o distanciamento social.

O benefício emergencial foi criado pelo governo federal para minimizar o impacto da crise causada pelo coronavírus. Inicialmente o valor era de R$ 600 mensais, e agora foi reduzido para R$ 300. O auxílio acaba neste mês.

Ainda sem um nome definitivo, o braço digital da Caixa será destinado a correntistas de baixa renda.

A instituição permitirá movimentações de até R$ 5.000 por mês e concentrará todos os pagamentos de benefícios sociais do governo, que serão agregados em etapas, além de prestar todos os tipos de serviços financeiros —saques, pagamentos de contas ou transferências, venda de seguros e oferta de microcrédito.

O novo banco será controlado pela Caixa, que ainda aguarda o aval do Conselho de Administração para pedir a autorização de funcionamento ao Banco Central.

No momento, o que está em discussão no colegiado é o valor do investimento inicial a ser feito pela Caixa.
Será preciso garantir a estrutura tecnológica necessária e o deslocamento das equipes. Hoje o Caixa Tem usa a tecnologia do banco estatal e cerca de cem funcionários da instituição atuam no projeto.

Essa etapa, segundo executivos envolvidos, deverá ser concluída até o fim deste ano. A expectativa é que a aprovação pelo Banco Central então saia até o fim do primeiro trimestre de 2021.

Folha de S. Paulo
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