Foto: Divulgação/Arquivo
Com escolha, Rui teria atropelado plano de Hirs (foto) de encontrar-se com ele e pedir pela nomeação de um aliado ao TJ 19 de abril de 2021 | 10:08

Escolha de Geder para TJ teria marcado também ‘revanche perversa’ de Rui contra Hirs

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No Ministério Público baiano, ninguém tem mais dúvidas de que, ao nomear o ex-procurador do MP Geder Gomes para o cargo de desembargador, o governador Rui Costa (PT) quis também dar um recado ao desembargador Mário Alberto Hirs.

Rui escolheu Geder em tempo recorde na última quinta-feira, menos de 24 horas após o Tribunal de Justiça do Estado ter apresentado a ele uma lista tríplice com o seu nome e o dos colegas Adriani Pazelli e Nivaldo Aquino.

Desde o princípio, a inesperada ‘correria’ de Rui foi vista como uma maneira de se livrar de pressões para escolher especialmente Nivaldo, candidato de Hirs. A estratégia se confirmou com a revelação de que Hirs procurou Rui.

O ex-presidente do Tribunal de Justiça da Bahia teria agendado uma conversa com o governador para a última sexta-feira imediatamente após a lista ter sido escolhida pelos desembargadores, na manhã de quarta.

Não se sabe se o encontro foi mantido depois que Rui escolheu Geder ou se Hirs o desmarcou ao ser surpreendido, como todo o Tribunal e o próprio MP, com o fato de o governador ter mandado na quarta à noite o nome de Geder para o Diário.

A publicação permitiu que já na madrugada de quinta-feira todo mundo soubesse da opção por Geder. A pelo menos um nome se atribui o manifesto descontentamento de Rui com Hirs. Seria o desembargador Júlio Travessa.

Outro egresso do MP, ele foi escolhido desembargador por Rui por sugestão do então presidente do TJ, mas teria ‘descascado a madeira’ sobre um aliado querido do governador, o ex-prefeito de Santo Amaro, Ricardo Machado.

Machado foi um dos alvos da Operação Adsumus, deflagrada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) em 2017 e chegou a ser preso duas vezes por decisões judiciais na Bahia até ser solto pelo STJ.

A perversidade da revanche de Rui, comenta-se no Tribunal de Justiça, é que casou a escolha de um procurador com quem já tinha relação prévia com o fato de Geder também ser considerado inimigo pessoal de Hirs.

“O governador foi de uma perversidade a toda prova. Botou Geder para conviver no mesmo ambiente com Hirs e (o desembargador Roberto) Frank”, disse uma fonte do Ministério Público baiano a este Política Livre.

Frank é uma espécie de parente por afinidade de Hirs e teria sido o pivô do desentendimento de ambos com Geder.

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