Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Preço de cesta da Páscoa sobe quase 30% em um ano 01 de abril de 2021 | 12:45

Preço de cesta da Páscoa sobe quase 30% em um ano

economia

A pressão nos preços dos alimentos vai pesar no bolso do consumidor na Páscoa neste ano. Segundo dados da FGV (Fundação Getulio Vargas), a inflação da chamada cesta de Páscoa -com os alimentos mais presentes no cardápio da ceia de domingo- saiu de 0,56% no acumulado de 12 meses até março do ano passado para 29,17% em igual período deste ano.

A alta dos preços da cesta de Páscoa ficou bem acima do IPCA -que saiu de 3,44% nos 12 meses até março de 2020 para 5,74% na mesma relação neste ano.

No total, 12 dos 14 itens presentes na cesta mostraram alta. Entre os destaques estão o arroz, que saiu de 9,63% na Páscoa do ano passado para uma alta de 60,79% neste ano. Outro exemplo é a cebola, que saiu de uma queda de 15,86% em 2020 para uma alta de 50,9% neste ano, e a batata-inglesa, que saiu de uma queda de 28,93% para um avanço de 27,82%.

Os preços dos ovos e do bacalhau foram os únicos que desaceleram no período -mas que, ainda assim, representaram um aumento de preços. Os ovos saíram de uma alta de 17,38% para 12,05%, enquanto o bacalhau saiu de 13,35% para 7,28%.

Segundo o economista e coordenador do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da FGV, André Braz, a chegada da pandemia trouxe diferentes fatores que contribuíram para o aumento no preço dos alimentos.

“Com a variação cambial, por exemplo, produtos importados como vinho e azeite ficam mais caros. Outra coisa que também influenciou foi a pequena safra de arroz no ano passado diante do aumento da demanda”, afirmou.

A disparada nos preços do arroz vem desde o ano passado e é resultado do que os produtores chamam de “tempestade perfeita”. Além do aumento das exportações em 2020, a maior busca do brasileiro por arroz -que passou a comer mais em casa durante a pandemia do coronavírus- também dificulta o equilíbrio na relação entre oferta e demanda.

Outro movimento que também pode influenciar no aumento dos preços é a mudança de hábito de compra em supermercados.
Por conta do isolamento social, o brasileiro deixou de fazer compras semanais ou quinzenais e passou a fazer compras mensais -comprando também um maior volume de produtos a cada ida ao mercado.

“Outra diferença gritante é que na Páscoa do ano passado muitas famílias ainda não tinham sido afetadas pelo desemprego e restrição de venda como neste ano”, afirmou Braz.

Para ele, nem mesmo usando a criatividade e substituindo alguns produtos na ceia de domingo o consumidor vai conseguir fugir da inflação de Páscoa.

“A melhor solução é comprar produtos que não sejam de marcas líderes ou até comprar com antecedência e não deixar para a última hora. O fato é que não vai dar para fugir. Tudo ficou mais caro”, afirma Braz.

Indústria de chocolates produziu 757 mil toneladas em 2020 O último levantamento da Abicab (Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas) e da KPMG apontou que o setor produziu 757 mil toneladas de chocolates em 2020, volume praticamente estável (0,05%) em relação ao ano anterior.

Ao todo, o Brasil exportou 29,6 mil toneladas chocolates para 145 países -saldo 3,7% superior em comparação a 2019 e que corresponde a um valor total de US$ 100,6 milhões (R$ 579,9 milhões). Os principais destinos foram Argentina, Paraguai e Uruguai.

Para as importações o volume foi de 16 mil toneladas, representando um valor de US$ 114,2 milhões (R$ 658,3 milhões).

Isabela Bolzani/Folhapress
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