Foto: Desiree Rios/The New York times
Pedestres caminham no Bronx 15 de junho de 2021 | 18:20

Em meio à reabertura, EUA atingem marca de 600 mil mortes por Covid

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No dia em que Nova York e Califórnia retiraram restrições contra o coronavírus, os Estados Unidos atingiram a marca de 600 mil mortes por Covid-19, segundo a Universidade Johns Hopkins.

País com mais óbitos causados pela doença no mundo, os EUA veem, em segundo lugar nesse ranking, o Brasil, com 488 mil mortes, e, na sequência, a Índia, com 377 mil. Os americanos também lideram no número de casos de Covid, com 33,4 milhões, em uma população de 332 milhões de habitantes.

Apesar do marco atingido nesta terça, a cifra de mortes vem caindo. O índice de 400 mil óbitos foi batido em janeiro, quando a média de mortes diárias superava 3.000, e os americanos viviam o pior momento da crise. Um mês depois, em fevereiro, os EUA chegaram a 500 mil mortes, mas agora foram necessários quatro meses para atingir 600 mil vítimas. Atualmente, são registradas em torno de 400 mortes diárias.

A queda é atribuída à vacinação em massa. Os EUA começaram a imunizar a população em dezembro de 2020, em uma campanha que viu a distribuição de doses ser acelerada nos meses seguintes. Lá, as vacinas já estão disponíveis a todas as pessoas com mais de 12 anos de idade.

O país já tem 144,9 milhões de pessoas plenamente vacinadas (43,7% dos americanos) e 174,6 milhões (52,6%) tomaram ao menos uma dose. Ainda falta muita gente para se vacinar, mas o ritmo de aplicações vem caindo. Em abril, o país chegou a aplicar 4 milhões de doses em um dia. Em junho, tem ficado pouco acima de 1 milhão por dia.

As taxas de vacinação estão elevadas em estados desenvolvidos das costas leste e oeste, como Nova York e Califórnia, mas seguem baixas no Sul e no meio-Oeste, especialmente em áreas mais pobres e rurais do país.

Com isso, há temores de que a falta de interesse de parte dos americanos em se imunizar possa gerar novas altas de casos e mortes. Um levantamento do jornal The Washington Post, no fim de maio, apontou que a taxa de casos de Covid entre não-vacinados, no estado de Washington, estava no mesmo nível de janeiro.

Outra preocupação é a vinda de novas variantes, como a Delta, vinda da Índia. “Sua transmissibilidade é maior e ela pode estar associada a casos mais graves”, alertou o médico Anthony Fauci na semana passada, durante uma entrevista coletiva na Casa Branca.

O presidente Joe Biden lamentou a última “triste marca” e pediu aos americanos para se vacinarem e não baixarem a guarda. “Ainda estamos perdendo muitas vidas”, disse, na segunda-feira. “Meus pensamentos estão com todos aqueles que perderam um ente querido”, disse ele em Bruxelas, onde participou de uma cúpula da Otan.

Com a queda nos casos e mortes, a partir de março, diversos estados americanos começaram a reabrir atividades e a autorizar a realização de eventos que geram aglomeração. Em maio, a Casa Branca também indicou que pessoas já vacinadas contra o coronavírus podem dispensar o uso de máscaras em várias situações.

Nesta terça (15), o estado de Nova York retirou todas as restrições para controlar a pandemia que ainda estavam em vigor. Lá, 70% dos adultos já tomaram ao menos a primeira dose da vacina. O governador Andrew Cuomo (democrata) fez um evento no World Trade Center para celebrar a liberação, e anunciou que queimas de fogos em várias partes do estado serão feitas na noite desta terça para comemorar a medida.

“O estado de Nova York vacinou uma parcela maior de adultos do que qualquer outro estado grande do país”, disse Cuomo.

Na Califórnia, também foram retiradas restrições à capacidade de atendimento do comércio. O uso de máscaras passou a ser obrigatório em poucas situações, e eventos com mais de 5.000 pessoas serão liberados, desde que os participantes apresentem testes de Covid com resultado negativo ou prova de que estão vacinados.

Folhapress
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