Foto: Valdemiro Lopes / CMS
O vereador Téo Senna, à direita de Geraldo Júnior, inflamou os petistas ao dizer que governador é culpado por mortes da Bahia pela Covid 20 de outubro de 2021 | 18:00

Téo Senna ataca Rui Costa e chama governador de ‘genocida’. Petistas reagem

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O clima da sessão realizada na tarde desta quarta-feira (20), na Câmara Municipal de Salvador, conforme o jargão, realmente esquentou após as críticas do vereador Téo Senna (PSDB) ao governador Rui Costa (PT), a quem chamou de “genocida” por conta da compra malsucedida de 300 respiradores via Consórcio Nordeste – apesar do pagamento antecipado de R$ 48 milhões, os equipamentos jamais chegaram. A líder do governo, Marta Rodrigues (PT), e o também petista Tiago Ferreira saíram em defesa do governador. Marta chegou a rememorar o “maio de 2001” quando, supostamente a mando o ex-senador ACM, o campus da Graça da Universidade Federal da Bahia, foi invadido pela Polícia Militar.

O vereador tucano citou uma acusação feita pelo deputado Robinho (PP), na Assembleia Legislativa, que deixou a base do governador do PT. “O deputado Robinho, que era aliado, perguntou: ‘e Rui? Matou quantas pessoas?’ É o maior genocida que tem na Bahia porque não entregou os respiradores em momento nenhum”. Téo Senna lembrou ainda o pagamento de R$ 48 milhões, e disse: “esse é o culpado do genocídio em Salvador”.

A vereadora Marta Rodrigues classificou as acusações de Senna como “fake news”; segundo ela, as mesmas que ajudaram a eleger o presidente Jair Bolsonaro em 2018 e que serão usadas, nas eleições de 2022, para tentar derrotar o candidato do grupo à sucessão de Rui Costa. “Não vou aceitar mentiras de ‘fake news’ relacionada aos respiradores”, disse Marta, segundo quem as compras não chegaram a ser concretizadas.

Antes de citar a questão dos respiradores, Téo Senna classificou desta maneira a gestão estadual petista: “típico governo das desculpas esfarrapadas. [O problema da vez apontado] sempre é culpa de alguém, só não tem capacidade de fazer autocrítica. Segurança pública é com o governo federal, educação é com os prefeitos, Sputinik [vacina contra a Covid-19 de fabricação russa] é com a Anvisa. Esse é o quadro que nós encontramos em todos os momentos”, disse Senna. O tucano disse que a Bahia, sob as gestões petistas, transformou-se em paraíso da ilegalidade.

Foi quando respondeu sobre a questão da segurança que Marta Rodrigues lembrou dos episódios de Maio de 2001, ano em que o ex-senador ACM foi obrigado a renunciar para não ser cassado após o escândalo da violação do painel do Senado Federal. “Se a gente quer discutir segurança pública, vamos discutir o ‘maio baiano’, o caso do senador que fraudou o [painel do] Senado”, disse a petista.

O tucano, que havia estourado o tempo quando discursava, tentou interromper o discurso da petista em alguns momentos, quando o presidente da Casa e da sessão, Geraldo Júnior (MDB), interveio e disse que estenderia o tempo de fala de Marta da mesma forma como estendera o tempo de Senna. O vereador Tiago Ferreira (PT) disse que falar de questões de segurança pública sem mencionar as questões sociais “é usurpar a realidade”.

O petista cobrou a aprovação de um auxílio emergencial de R$ 600, o que foi defendido pelo PT ainda no início da pandemia. Ferreira também citou um dado que aponta que 40% da população soteropolitana vivem em condições de insegurança alimentar. “Isso gera violência, mas querem culpar o governo do estado por conta da violência”, disse Tiago Ferreira.

Davi Lemos
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