Foto: Reprodução / Facebook
Emilson Piau, em publicação no Facebook em 2021 com referência a registro de Marcha da Consciência Negra realizada em 2019 12 de abril de 2023 | 18:38

Em carta aberta a Jerônimo, 56 entidades do movimento negro repudiam nomeação de filiado ao PCdoB na Sudesb

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A nomeação de Emilson Piau para o cargo de chefe de gabinete da Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb) motivou a reação de 56 entidades do movimento negro que, em carta aberta ao governador Jerônimo Rodrigues (PT), repudiam a ida do comunista para o órgão após ter sido condenado por injúria racial em 2021. O manifesto também foi destinado aos secretários estaduais Felipe Freitas (Justiça e Direitos Humanos) e Ângela Guimarães (Promoção da Igualdade Racial), ao presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Adolfo Menezes (PSD), e para a procuradora-geral de Justiça, Norma Cavalcanti.

Em 2015, quando atuava no Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), Piau disse, segundo a Justiça, que a Coordenação de Interação Social não deveria ser ocupada por pessoas negras, mas brancas – ele é militante do PCdoB desde a década de 1970. “Registre-se, ainda, que o episódio que ensejou a condenação se verificou no interior de uma repartição pública, em 2015, ao tempo em que o condenado já exercia função comissionada de alto escalão, atingindo como vítimas 3 mulheres negras e 1 homem negro que também exerciam atividades no serviço público, na condição de integrantes da equipe do INEMA”, diz trecho da carta aberta.

“A principal vítima, Maísa Teixeira Oliveira Flores, é uma antiga e conhecida militante do movimento negro baiano, tendo, também, uma trajetória de contribuição para gestões governamentais petistas. Priscila Chagas dos Santos, Júlio César Soares da Silva e uma estagiária, que preferiu não ter seu nome citado neste documento, foram as demais vítimas”, relembram as entidades do movimento negro na Bahia.

Na carta aberta, os movimentos que assinam o documento referem-se a Piau como “criminoso condenado”. “[Ele] exerceu cargos de alto escalão durante todo este tempo, sem responder a qualquer procedimento interno correcional, protegido pela inércia dos órgãos e autoridades estaduais responsáveis pela apuração administrativa e pelo silenciamento das denunciantes”.

Davi Lemos
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