Foto: Vinicius Loures/Arquivo/Câmara dos Deputados
O deputado Valmir Assunção 06 de abril de 2023 | 11:32

Valmir Assunção critica CPIs contra o MST e anuncia que ações do movimento em abril envolvem ocupação de prédios públicos

exclusivas

Uma das principais lideranças do MST no país, o deputado federal baiano Valmir Assunção (PT) criticou, em conversa com este Política Livre, a criação de CPIs para investigar as ações do movimento, que se intensificam no mês de abril. Além da criação da comissão na Assembleia Legislativa da Bahia, proposta pelo deputado estadual bolsonarista Leandro de Jesus (PL), há iniciativas iguais em São Paulo e na Câmara Federal, onde se aguarda apenas a instalação dos colegiados.

“Essas CPIs não têm fato determinado, por isso, em minha opinião, não deveriam ser instaladas. É um instrumento da oposição, e não é a primeira vez que acontece, tendo o MST como alvo. Estamos acostumados a esse tipo de atitude, que é inócua. Vamos enfrentar esse debate no Legislativo, nas ruas e em todo lugar. Nosso debate é a reforma agrária”, declarou Assunção.

O deputado disse que o MST também fará na Bahia o Abril Vermelho, para lembrar os 21 sem-terra assassinados em Eldorado dos Carajás, em 1996. “Claro que neste mês o movimento intensifica as ações, como é de praxe. Isso significa a realização de caminhadas, ocupações de órgãos públicos, de terras. O que as pessoas precisam entender é que todas as terras improdutivas são passíveis de desapropriação, é o que diz a lei. Já as terras produtivas são protegidas pela legislação”.

Valmir Assunção ressaltou que a invasão do MST a terras produtivas da Suzano no Extremo-Sul do estado, em março, foi um fato isolado e que não tinha relação com reforma agrária. “Em março tivemos muitas ocupações também por ser o mês da mulher. No caso das terras produtivas da Suzano a pauta não era reforma agrária, e sim o cumprimento de um acordo feito com a empresa para o assentamento de 650 famílias. Esperamos que seja cumprido”.

O parlamentar também criticou o “estado de abandono” da superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) na Bahia. Coube a ele, ao PT e ao MST a indicação do ex-vereador de Cruz das Almas e servidor do órgão Carlos Borges para a superintendência.

Política Livre
Comentários