Líder do PSDB não acredita que partido perde fôlego com Bruno Reis sem federação com o Podemos: “temos o presidente da Câmara”

O PSDB foi pego de surpresa na Bahia e em Salvador com a suspensão das conversas envolvendo a formação de uma federação entre o partido e o Podemos, projeto político nacional que foi adiado para depois das eleições municipais de 2024, segundo a imprensa de Brasília. A negociação era tida como bem avançada e praticamente concluída pelos tucanos na Assembleia Legislativa e na Câmara Municipal da capital, bem como no Palácio Tomé de Souza.

Fortalecido pelo ingresso no partido do presidente da Câmara Municipal, Carlos Muniz, o PSDB computava ter uma bancada de oito vereadores, sendo quatro da legenda, um do Cidadania (que já está federado com os tucanos) e três do Podemos, sigla que está em fase de fusão com o PSC na Justiça Eleitoral. Ao menos por enquanto serão apenas os cinco primeiros, o que inclui Muniz – vale frisar, no entanto, que o edil do Cidadania, Joceval Rodrigues, é o único que faz oposição declarada ao prefeito Bruno Reis (União).

Para o líder do PSDB na Câmara Municipal, Daniel Alves, a mudança no cenário nacional não altera as negociações do partido para ter um espaço de maior destaque na gestão do prefeito, desejo que o tucano já havia revelado em primeira mão a este Política Livre. A sigla, que já comandou a Secretaria da Educação (Smed), uma das mais fortes politicamente no município, agora tem influência sobre a Secretaria de Gestão (Semge), considerada bem menos atraente.

“No âmbito municipal, muda pouco. A federação era um bom negócio porque fortaleceria o PSDB, que teve uma queda no desempenho eleitoral nacional do ano passado, e permitiria que tivéssemos acesso a mais tempo de TV e fundo partidário. Mas a filiação de Carlos Muniz não estava condicionada à formação da federação e não perdemos fôlego junto para conversar com a Prefeitura porque temos o presidente da Câmara”, disse Daniel ao site nesta quarta, ao ser questionado sobre o tema.

Ele contou que vai conversar com o presidente do PSDB da Bahia, deputado federal Adolfo Viana, para tentar entender porque as conversas com o Podemos não foram concluídas. “Até agora ainda não sabemos o que de fato ocorreu”.