Vice-governador tenta conquistar apoio de Wagner para disputar Prefeitura de Salvador

Sentindo-se cada vez mais isolado no governo, apesar de aparecer em fotos e em eventos com as principais lideranças governistas sempre solícito e sorrindo muito, o vice-governador Geraldo Jr. (MDB) passou a divulgar entre amigos a informação de que pode conquistar o apoio do senador Jaques Wagner (PT) para seu plano de concorrer à Prefeitura de Salvador, em 2024.

Segundo ele, Wagner já teria se convencido de que ele é o melhor nome no grupo para enfrentar a disputa por agregar qualidades como “destemor”, “facilidade de comunicação” com os mais pobres e, principalmente, “simpatia”, características que, segundo o vice, o tornariam um candidato imbatível na oposição contra o prefeito Bruno Reis (União Brasil).

Na visão de Geraldo Jr., a conquista da simpatia do senador ao seu projeto político pode não representar a totalidade do pensamento do PT nem do grupo político que o partido lidera há 16 anos na Bahia, mas seguramente “é meio caminho andado” para seus planos.

Para aqueles que desconfiam da opção do senador por seu nome, questionando-o sobre o complexo modelo decisório do PT, o vice dá detalhes de como se aproximou de Wagner, enfatizando que pode dizer que os dois hoje estão simplesmente irmanados. “O senador Jaques Wagner é o líder político que sempre procurei. A ele entrego minha vida e ele sabe disso”, costuma dizer em algumas rodas da forma histriônica habitual.

Ele faz questão de relatar, por exemplo, que Wagner e a mulher, Fátima Mendonça, cuja sensibilidade política é respeitada, teriam se tornado frequentadores habituais de sua casa de praia em Guarajuba, atendendo a seus convites para uma boa prosa e mesa farta. No último encontro que tiveram, por exemplo, durante um feriadão recente, teriam falado sobre vários assuntos.

Das conversas, teriam feito parte não apenas, naturalmente, a sucessão em Salvador e em algumas das mais importantes cidades do interior, mas a questão ambiental na Bahia, outro tema que, segundo o vice, “por uma questão de identidade”, também o aproximou muito do senador.

O MDB, partido a que está filiado, não seria uma preocupação para Geraldo Jr., segundo suas próprias palavras, por três motivos. Primeiro, porque tem o apoio manifesto dos irmãos Vieira Lima, Geddel e Lúcio, que controlam a legenda no Estado, os quais, quando podem, conforme ressalta, sempre fazem referência ao seu nome como melhor candidato à Prefeitura.

Depois, porque costuma fazer tudo alinhado com os dois. A terceira razão diz ter aprendido também no partido, que, segundo lembra, não tem hoje outro nome para a disputa em Salvador. “A minha candidatura será uma construção do MDB, mas se já tenho o apoio de Wagner isso só me fortalece internamente”, admite, garboso.