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ACM Neto, presidente da Fundação Índigo, falou sobre as eleições de 2022 e outros assuntos em live com Raul Monteiro, articulista do Política Livre 08 de agosto de 2023 | 09:50

Entrevista – ACM Neto: “Eu não enfrentei Jerônimo, eu enfrentei um sistema cujo enraizamento dele na Bahia a gente sabe que não está só na política”

exclusivas

O ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União), maior liderança da oposição ao PT na Bahia, rompeu o silêncio e, numa live exclusiva com o jornalista Raul Monteiro, articulista do Política Livre, falou sobre as eleições de 2022, o pleito municipal do ano que vem, a relação com o sucessor Bruno Reis (União) e a aproximação do deputado federal Elmar Nascimento (União) com o governo Lula.

A transmissão ocorreu na noite de ontem (07), nas redes sociais e no YouTube do site e nos canais do ex-prefeito (clique aqui para ver em vídeo). Confira abaixo uma síntese dos melhores momentos da conversa, na qual ACM Neto admite que pode concorrer novamente ao governo do Estado em 2026 e faz críticas à gestão de Jerônimo Rodrigues (PT), a quem chama de “blogueirinho”.

Política Livre – Apesar de muita gente dizer que você anda sumido, a gente tem acompanhado suas movimentações em Brasília e seus contatos com potenciais presidenciáveis em 2026, sobretudo os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo).É um sinal de que está em seu horizonte concorrer ao governo do Estado em 2026?

ACM Neto – Bom, é claro que está muito longe ainda para a gente poder falar de 2026. Antes de 2026 a gente tem a eleição municipal, em 2024. Inclusive hoje (ontem) estávamos reunidos na sede do União Brasil na Bahia com a nossa bancada de deputados estaduais e federais exatamente discutindo o planejamento do partido para as eleições do próximo ano. Eu sempre disse: jamais escondi o sonho que tenho de poder governar a Bahia. Acho que me preparei a vida inteira para isso, me considerava absolutamente pronto para caso tivesse vencido as eleições do ano passado. Essa não foi a vontade da maioria do povo baiano. Como sou uma pessoa de muita fé, acho que tudo acontece na hora certa. O meu sentimento é sempre o de valorização do que fizemos e entender que na vida tudo serve de aprendizado. Mesmo as derrotas ensinam muito, às vezes mais do que as próprias vitórias. Sou político por vocação, paixão, mas não sou o tipo de pessoa que depende necessariamente de cargo ou de estar vivendo de espaço publico. Nesse momento presido a Fundação Índigo (do União Brasil) e estamos na fase de preparação e planejamento de projetos que vamos apresentar ainda no final do ano. Pretendo ter um papel e dar uma contribuição nas eleições do próximo ano em toda a Bahia, reforçando nossos aliados, inclusive aqui em Salvador, com Bruno Reis (União). Aí depois tratamos de 2026. Mas sem dúvida alguma a decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de deixar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível cria um novo cenário que vai ser construído na política brasileira, inclusive nos estados. Novas figuras, novos nomes vão aparecer. E se houver chance de disputar novamente a eleição para governador não acho que o fato de eu ter perdido uma impede de entrar na disputa. Em 2008, perdi para prefeito para quatro anos depois vencer as eleições e me reeleger em 2016 com 74%. Acho que tudo tem seu momento e se acontecer de ter outra oportunidade de disputar o governo da Bahia, vou considerar, mas sabendo que tudo no seu tempo.

“Acho que (Ronaldo) Caiado vai entrar nesse processo de debate nacional (sobre as eleições presidenciais). Será mais um nome no campo da oposição”

Política Livre – Acho que, desses nomes que estão praticamente colocados em relação à sucessão presidencial, Romeu Zema perdeu um pouco do encanto depois da declaração sobre o Nordeste, considerada preconceituosa, trazendo a polarização do passado recente para o campo geográfico, opondo Sul e Sudeste à região. Isso me parece bastante perigoso, não?

Muito ruim. Eu até tinha feito essa observação com o governador quando jantei com ele em Brasília. Em determinado discurso que li pela imprensa ele tinha feito algum tipo de declaração que ficou essa dúvida se ele de fato estava tendo uma postura de preconceito com o Nordeste. Agora, mais uma vez fala em aliança do Sul e Sudeste contra o Nordeste. Quer dizer, um governador com um governo até bem avaliado em Minas, mas acho que derrapou nessa declaração, pois a gente precisa de união do país. Em face de um projeto de concentração histórica do Sul e Sudeste, o que precisamos é de um governo que tenha um olhar de reparação com o Nordeste. Temos o desafio de atrair investimentos, garantir a presença das empresas, que são desafios muito maiores do que aqueles do Sul e Sudeste, por questões de logística, de infraestrutura e de uma série de providencias que, ao longo dos anos, o governo federal foi sempre olhando mais pelo Sul e Sudeste. Tem que impulsionar o Norte, o Nordeste e o Centro-Oeste, sobretudo com um olhar coletivo para somar forças e não com tom preconceituoso. Mas temos no Brasil um grande quadro que acho que vai entrar nesse processo, que vai participar dessa discussão: o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), que tem serviços prestados no combate à violência, na área da segurança, nos indicadores sociais. Goiás tem o melhor Ideb do Brasil. Acho que Caiado vai entrar nesse processo de debate nacional. Será mais um nome no campo da oposição.

Política Livre – Você avalia que que o bolsonarismo permanecerá como uma força estruturante da política brasileira, apesar da inelegibilidade do ex-presidente?

Olha, eu acho que mesmo Bolsonaro não sendo candidato, e aqui não há nenhum tipo de avaliação pessoal e não vou adjetivar, ele tem densidade eleitoral e tem a liderança dele. Consequentemente, é natural que, mesmo não sendo candidato em 2026, que ele tenha alguma influência na eleição. Então, ele é um líder político que tem uma parcela da população que simpatiza e que segue ele, que você chamou de bolsonarismo. Agora, é óbvio que uma coisa é quando o cara é candidato, e outra é quando ele não pode ser candidato. Influência vai ter, mas acho que numa proporção bem diferente da influência de 2018 e 2022, quando ele foi candidato duas vezes.

Política Livre – Fazem nove meses desde as eleições em que Jerônimo Rodrigues (PT) se elegeu governador. Nesta que acho ser talvez a sua primeira entrevista a um veículo de comunicação com essa configuração, gostaria de saber sua avaliação sobre o fato de ter perdido a eleição, mesmo sendo o favorito?

Olha, nunca é um fator só. É um pouco da história do desastre aéreo. Quando cai um avião, tem um conjunto de fatores que acabam contribuindo. Não há um só elemento que justifique o resultado da eleição de 2022. Mas existem dois fatores que foram capitais. O primeiro e maior de todos foi a nacionalização da eleição e o voto no 13. Muita gente, sem desmerecer ninguém, foi só apertar o 13 e acabou. É da democracia e temos que respeitar a decisão de cada um. O segundo aspecto que considero que foi importante foi o dinheiro do governo do Estado. O Estado estava com muto dinheiro em caixa e o então governador Rui Costa (PT), que nunca foi muito de fazer política, parou o governo para fazer política. Aí começou a fazer convênios com prefeitos. Com base na máquina do Estado, do dinheiro do Estado, conseguiram construir o apoio de quase 280 prefeitos no interior. Então eu digo o seguinte: eu não enfrentei Jerônimo, eu enfrentei um sistema que a gente sabe qual é o enraizamento dele na Bahia, que não está só na política. Nem sempre o jogo é decidido em campo, ali nas quatro linhas. Muita coisa acaba influenciando e faz com que a gente tenha a árdua tarefa há 17 anos de enfrentar o sistema que instituíram na Bahia. Infelizmente, nem sempre as pessoas julgam a situação real do Estado. No que diz respeito à vida das pessoas, só tem piorado. A questão da violência talvez seja a maior expressão de tudo isso. A Bahia é o lugar onde se morre mais gente assassinada no Brasil. Quando olhamos para a saúde, há muita gente morrendo porque não consegue atendimento hospitalar no Estado. Mas tudo na vida tem um ciclo. Acho que 17 anos de PT no poder já é demais no Estado e acho que isso vai ter fim. Espero que o fim esteja mais próximo, ou seja, que aconteça em 2026, quando vamos ter uma nova eleição. Vou continuar exercendo meu papel de oposição. Nos seis primeiros meses desse ano entendi que devia falar pouco. Marquei posição algumas vezes nas minhas redes sociais porque não podia deixar de denunciar o que está acontecendo. Tive cautela por motivo simples: era preciso dar um tempo, ver como seria o arriar das malas do governador. No fundo, como baiano, cidadão, estava torcendo para ser melhor. A gente vê oba, oba no Instagram, onde vi gente chamando ele (o governador) de “blogueirinho”, com muita dancinha, mas pouco resultado do trabalho. A gente não viu novidades e os índices são os pires na educação, na geração de emprego.

“Estava dizendo à turma (da oposição): vamos tomar aulas aí para dar uma aquecida nessa atuação na Assembleia”

Política Livre – Você se referiu a uma reunião sua com a bancada do União Brasil na Assembleia, que tem sido acusada de fazer o enfrentamento ao governo de leve e às vezes de nem fazer. O que é possível fazer para estimular os deputados da oposição para atuarem mais fortemente no enfrentando governo?

Eu disse isso a eles hoje (ontem), viu, com todo carinho que tenho aos nossos deputados estaduais. Eu disse: vocês não estão sabendo fazer oposição. A gente tem que compreender o estilo de cada um. Nem todo mundo tem essa coisa de estar na tribuna, de ter essa vocação para o debate. A gente tem deputados muito qualificados na Assembleia e agradeço sempre ao apoio deles, o trabalho que fazem junto com a gente. E essa reunião hoje (ontem) foi importante para dar uma afinada nisso, aumentar um pouco o alinhamento entre o trabalho da oposição, as pautas que estão acontecendo no Estado. Não cabe a mim criar constrangimento para ninguém. A gente sabe que cada um tem a sua necessidade de sobrevivência e compreendo isso. Mas isso tem muito do aprendizado. Durante o tempo em que fui deputado federal fui de oposição. Aprendi a fazer oposição. Estava dizendo à turma: vamos tomar aulas aí para dar uma aquecida nessa atuação na Assembleia. Mas acho que a tendência é que possam sim ter esse alinhamento. Temos uma bancada qualificada e agradeço muito aos nossos deputados.

Política Livre – Vamos falar um pouso sobre sucessão municipal. Se especulou durante um tempo que você poderia ser candidato a prefeito em 2024. Há possibilidade nesse sentido ou está muito satisfeito com o governo Bruno Reis (União)?

Eu deixei bem claro desde que passou a eleição do ano passado que só tenho um nome na disputa em Salvador, que é o do prefeito Bruno. Não apenas por ser um amigo, uma pessoa leal, correta, que vestiu a minha camisa, suou e fez todo o possível no nosso projeto no ano passado. Não apenas pelo grande quadro, homem correto e decente que Bruno é, mas também e, principalmente, pelo trabalho que ele vem fazendo frente à Prefeitura. Claro que todos nós temos nossos pontos fortes e fracos. Quando coloquei Bruno, apresentei ele como meu sucessor, sabia que Bruno estava preparado para ser prefeito de Salvador. Sabia da minha responsabilidade naquele momento. Vínhamos de oito anos de reconstrução na capital e Bruno vem demonstrando isso com uma gestão muito bem avaliada. Problemas todos temos, também tive. Mas é uma gestão muito boa. Não é por outro motivo que ele é o prefeito das capitais mais bem avaliado do Brasil. Acho que ele vai reunir todas as condições de chegar no ano que vem forte e ter a reeleição como eu tive em 2016. Já cumpri minha missão como prefeito. Os melhores anos da minha vida passei na Prefeitura e sou muito grato à confiança que a cidade teve em mim.

“Guilherme não pode ser esquecido, o nome dele deve ser considerado no processo, como outros que não foram lembrados e que poderão surgir com relevância nessa composição das eleições de 2024”

Política Livre – Você daria algum tipo de conselho a Bruno Reis?

São duas coisas. Quando deixei a Prefeitura ficava aquela coisa: será que Neto vai continuar mandando, influenciando? Lembro bem que sai dirigindo o meu carro no primeiro dia de janeiro de 2021, após a transmissão do cargo, e disse: aqui Bruno, a chave é sua. Quem me conhece sabe que jamais faria sombra. Não fico ligando para secretário, não passo por cima da autoridade. Ao contrário, e isso explica muito da relação que temos, o respeito mútuo que temos. Agora, isso não quer dizer que não discuta com ele questões de Salvador. Muitas vezes, ele, Bruno, toma a inciativa de me ligar ou vem ao meu escritório ou me convida a ir ao gabinete na Prefeitura. Aborda questão da cidade. Tem observações que faço, mas são coisas que ficam na reserva da nossa conversa. Existe uma amizade muito fraterna, real, de compadre. Não é o cargo que ocupei e que ele ocupa que faz isso, é o bem querer mesmo, a confiança que tenho nele e ele tem em mim. Se acho que tem alguma coisa que pode ser ajustada, pego o telefone e ligo para ele e digo. Nunca ligo para secretário. O que ele acha correto, ajusta. Às vezes a gente diverge de opinião, mas a amizade continua.

Política Livre – Na área da Praça Municipal há muita especulação de que você deve indicar o vice de Bruno em 2024. Temos aí circulando os nomes da atual vice-prefeita, Ana Paula Matos (PDT), e o do deputado federal Leo Prates (PDT). Bruno deu a você, em respeito à sua liderança, a possibilidade de influir na formação da chapa dele?

Primeiro, quem vai decidir o candidato a vice na chapa é Bruno Reis, que é o prefeito e provável candidato à reeleição. Então, a condução do processo tem que ser feita por ele e confio em Bruno suficientemente para saber que vai construir, com a habilidade que tem, de maneira a trazer tranquilidade política ao grupo que pertencemos. Em relação a nomes, acho que isso só deve ser tratado ano que vem. Acho que temos uma excelente vice-prefeita, uma pessoa queridíssima, a quem tenho carinho, afeto e admiração enormes. Ana Paula começou na Prefeitura como diretora da Secretaria de Educação na minha gestão. Fui vendo o valor dela, a capacidade de trabalho e ela foi assumindo outras importantíssimas tarefas. É uma pessoa altamente qualificada. Eu me orgulho, se você olhar, que Bruno, Ana e Leo Prates, que é um grande deputado federal, o mais votado de Salvador e queridíssimo amigo meu, são pessoas que não têm tradição política na família, que não nasceram em berço de ouro, que venceram pelo estudo porque se prepararam e trabalham direito. Então, graças a Deus Bruno tem Ana hoje como vice e nós temos outros quadros com destaque na capital. Você citou a figura de Leo, que começou comigo quando eu era ainda postulante a deputado federal no movimento da juventude partidária e ele já coordenava meu trabalho em Salvador. Acumulou 24 anos de experiência ao meu lado e conhece a cidade toda. São nomes que não vão rivalizar em nada, divergir em nada, e quem vai conduzir esse processo é Bruno. Pela relação que temos, sei que Bruno vai me ouvir, dividir isso comigo, mas a decisão final será do prefeito.

Política Livre – Já vi circulando também outro nome que tem relação com você, que foi seu secretário, é que o presidente do Bahia, Guilherme Bellintani. É outra possibilidade para a vice do prefeito?

Poderíamos falar aqui de vários quadros. Na imprensa toda hora vejo os partidos dizendo que querem indicar a vice, e isso é bom, mostra que o prefeito está forte e vem fazendo um bom trabalho. Guilherme, que você citou, gosto, é uma pessoa de quem gosto muito. Foi outro quadro que até a minha gestão tinha uma atuação só na iniciativa privada. Tenho orgulho de ter ajudado a revelar que ele tem talento e vocação como gestor qualificado na área pública. Então, é mais um nome que não podemos desconsiderar. Avaliei a possibilidade de Guilherme ser meu vice em 2016. Ele podia ter figurado em minha chapa, podia ser hoje prefeito de Salvador. Tem qualidades como tem Leo, Ana, Bruno. Guilherme não pode ser esquecido, o nome dele deve ser considerado no processo, como outros que não foram lembrados e que poderão surgir com relevância nessa composição das eleições de 2024.

“Nós vamos primeiro tentar harmonizar internamente o grupo, evitando, sempre que possível, mais de uma candidatura nessas cidades (do interior)”

Política Livre – Você deve ter alguns outros municípios prioritários para a disputa do ano que vem. O que está em sua cabeça?

Olha, veja o resultado da eleição do ano passado, que mostrou claramente a nossa força nas grandes cidades. Nós vencemos em 17 das 20 maiores cidades da Bahia, sendo que em boa parte delas com mais de 60% dos votos no segundo turno. Então, é natural, pela estrutura que temos, que haja atenção especial nas eleições municipais nos maiores municípios da Bahia. Pelo que leio na imprensa, do lado de lá também estão com esse foco, com o objetivo de tentar nos tirar algumas prefeituras que estamos governando, a exemplo de Feira de Santana, Vitória da Conquista, Barreiras, Juazeiro. Qual é então a nossa visão? Nós vamos primeiro tentar harmonizar internamente o grupo, evitando, sempre que possível, mais de uma candidatura nessas cidades. Hoje (ontem), nessa reunião (com as bancadas), o deputado federal Paulo Azi, presidente do União Brasil na Bahia, saiu com a incumbência de dialogar com os presidentes de partidos, como o PSDB, o PDT, o Republicanos, o PP para construir a união com esses e outros aliados. Se o candidato for de outro partido, vamos tratar da mesma forma. O objetivo maior é unificar a oposição para que possamos ter candidaturas que representem nosso campo político e ter um belo desempenho nas cidades. Começamos o segundo semestre fazendo o planejamento das eleições do próximo ano e o foco vai ser não só ter uma quantidade grande de candidatos a prefeito, mas ter um bom desempenho nos colégios eleitorais que acabam se tornando pólos regionais, que são as maiores cidades da Bahia.

Política Livre – Em Feira de Santana o nome que se fala é o do ex-prefeito José Ronaldo (Uniã0), que ainda parece não ter superado a mágoa de não ter sido indicado seu vice na eleição passada.

Não sei dessa mágoa, não. Hoje (ontem), batemos um papo quando acabou a reunião do partido e tenho uma relação histórica com Zé. Sempre estivemos juntos e estaremos juntos. É a maior liderança política de Feira, inquestionavelmente. Levou quatro eleições lá, todas no primeiro turno, e fez duas vezes o sucessor. É um dos maiores nomes da história política de Feira, mas ele ainda não me disse se é candidato a prefeito. Trabalha feito doido, vou no Instagram dele e fico cansado por ele. Então, Zé Ronaldo é um nome que será decisivo na eleição em Feira, agora não assumiu a condição de candidato a prefeito. Acho que ele só vai decidir no próximo ano. Temos outros nomes dentro do nosso campo político lá, de vereadores, do deputado estadual Pablo Roberto, do PSDB, que é uma jovem e grata revelação da política. Na hora certa vamos tentar gerar a unidade em Feira, assim como em outras cidades, mas Zé Ronaldo será central nesse processo, como candidato ou não, coisa que só ele pode expressar e na hora certa ele vai decidir.

“Aqui, nossa linha é muito clara e não vamos desviar dela. Somos oposição clara ao PT na Bahia e fazemos o enfrentamento democrático ao governo do Estado”

Política Livre – Como você avalia a aproximação de lideranças do União Brssil na Bahia, a exemplo do deputado federal Elmar Nascimento, com o governo Lula (PT)?

O partido União Brasil, nacionalmente, em nenhum momento deliberou sobre o assunto de compor a base ou de não compor a base do governo e acabou assumindo a linha de independência. A bancada na Câmara tem a sua dinâmica. Assim como a bancada no Senado. O líder da bancada na Câmara é o deputado Elmar Nascimento, que tem de respeitar o desejo e a vontade da maioria dos deputados do partido. Uma coisa é o líder da Câmara, outra coisa é o partido. Não há hipótese de o partido institucionalmente integrar a base do governo. Me posiciono frontalmente contra isso. O partido decidiu manter a linha de independência, permitir que quem deseja votar com o governo, vote, e quem quer fazer oposição, faça. Temos deputados que fazem uma oposição muito dura. No meu caso, nunca deixei dúvidas em relação à posição na Bahia e o partido é oposição ao governo Jerônimo, ao PT. Esse é nosso campo político, nossa construção política. Como falei em determinado momento, não nasci e nem vou morrer com cargo. Tem gente que precisa, eu não. Na minha vida, graças a Deus, tenho algumas habilidades. Sei e amo fazer política, mas sei fazer outras coisas também, como estou tendo a oportunidade agora, sendo muito produtivo, trabalhando bastante e está me faltando tempo. Aqui, nossa linha é muito clara e não vamos desviar dela. Somos oposição clara ao PT na Bahia e fazemos o enfrentamento democrático ao governo do Estado com coragem para denunciar os erros cometidos pelo governador e a independência para ter posições com frieza. Em relação à Câmara, responde o líder bancada, responde Elmar. Pelo Senado, responde o líder do Senado. Pelo partido na Bahia, assim como pelo partido no Brasil, dada a posição que tenho, eu digo que não há hipótese de adesão ou ingresso na base do governo, mesmo sendo a favor de algumas matérias do governo, como o arcabouço fiscal e a reforma tributária. Mas nunca fiz politica base da troca de cargos, do toma lá dá cá.

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