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Lúcio garante que ainda não há definição pelo nome de Geraldo Jr. para representar a base do Executivo estadual na disputa pela Prefeitura de Salvador 06 de novembro de 2023 | 08:20

Entrevista – Lúcio Vieira Lima: “2026 também está em jogo e é mais importante do que fazer vereador”

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Mais cauteloso do que de costume, o presidente de honra do MDB baiano, Lúcio Vieira Lima, garante nesta entrevista exclusiva ao Política Livre ainda não haver uma definição pelo nome do vice-governador Geraldo Júnior, que é emedebista, para representar a base do Executivo estadual na disputa pela Prefeitura de Salvador em 2024. Ele acredita, no entanto, que a decisão sobre o escolhido deve ser oficializada ainda em novembro e demonstra confiança com o desfecho dessa “novela”.

Embora evite fazer críticas aos aliados, Lúcio rebate o argumento, classificado por ele de erro histórico, de que a eventual candidatura de Geraldo Júnior poderia enfraquecer os planos da federação formada por PT, PCdoB e PV de eleger mais vereadores na Câmara Municipal. Além disso, para ele ter uma chapa majoritária competitiva é mais importante do que a disputa proporcional, com poder, inclusive, de impactar de maneira decisiva na reeleição do governador Jerônimo Rodrigues (PT) em 2026 na capital.

O dirigente emedebista também minimiza o recente posicionamento do senador Jaques Wagner (PT), a quem chama de fiador do apoio do MDB a Jerônimo, em favor do nome do deputado estadual petista Robinson Almeida, pré-candidato petista. “Quando ele (Wagner) fala que o primeiro nome é Robinson, ele não quer dizer que não existe o segundo, o terceiro, o quarto, o quinto, certo?”, afirma.

Lúcio também fala sobre os planos eleitorais do MDB nas maiores cidades do interior do Estado. Ele cita as disputas em localidades importantes, a exemplo de Vitória da Conquista, Feira de Santana e Itapetinga, municípios em que o partido pretende ocupar a cabeça de chapa. E aborda ainda da situação em Itabuna, onde os emedebistas desejam mais do que boa parte do PT uma candidatura petista à Prefeitura.

Confira abaixo a íntegra da entrevista.

Política Livre – Quando deve ser anunciado o nome do vice-governador Geraldo Júnior (MDB) como candidato à Prefeitura de Salvador em 2024?

Lúcio Vieira Lima – Veja, não tem nada confirmado sobre isso. Estamos aguardando a decisão do governador Jerônimo Rodrigues (PT). Sempre dissemos que Jerônimo é quem iria decidir. Até porque ninguém espera de nenhum partido da base um ato de abrir mão de pré-candidatura. Estamos, portanto, aguardado o governador. Fizemos o nosso trabalho, colocamos o nome de Geraldinho, trabalhamos o nome dele, assim como cada partido trabalhou o nome dos seus. Agora, depois de ouvir a todos o governador, com toda certeza, já tem quem é o melhor candidato para ganhar a eleição. Nós do MDB temos a esperança que a escolha se dê sobre Geraldo Júnior. O fato é que só teremos candidato se for um nome da unidade. Ou seja, se o escolhido não for Geraldinho, vamos apoiar aquele que for o escolhido.

“O senador Jaques Wagner está sendo chamado de um bruxo. Isso por ele estar se consolidado como ganhador de eleição. Assim, para mim, o que ele diz é uma verdade em toda eleição.”

O MDB tem dialogado com outros partidos visando construir essa unidade em torno de Geraldo Júnior?

Isso tudo já foi feito, desde as primeiras reuniões do conselho político. Na última reunião, o governador tirou duas importantes decisões: criar uma comissão para fazer propostas para o futuro candidato da base apresentar à população de Salvador, estudando a cidade, e a outra foi que ficou definido que o candidato será apenas um. Diante disso, confesso, escolher o nome acho que é o mais fácil, uma vez que todos estão envolvidos na tese de como ter uma candidatura só é importante para ganhar a eleição na capital.

Setores do PT dizem que Geraldo Júnior não procurou o partido para conversar…

Olhe, pelo que me consta, conversou sim, não só com o PT, mas com todos os demais partidos, certo? Assim como os demais partidos também conversaram. Conversamos com o presidente estadual do PT, Éden (Valadares). Nessas conversas, cada um defendeu o seu nome, como o PT defendeu o do deputado estadual Robinson Almeida. O PCdoB defendeu o nome da deputada estadual Olívia Santana (PCdoB) e nós defendemos o nosso. Agora, tem que haver a definição por parte do governador.

Essa definição acontece mesmo neste mês de novembro?

Como a decisão é do governador não cabe a nós dar um prazo. Esperamos que saia rápido, mas temos que aguardar. Eu sempre fui um defensor que deveria sair o mais rápido possível para nós começarmos a botar o time em campo. Na última semana o governador declarou que sairá até novembro o nome. Então, aí sim nós podemos dizer que deve sair agora em novembro.

Sendo Geraldo Júnior o escolhido, o vice ou a vice ideal deve ser do PT?

Se você está decidindo a candidatura na forma de todos os partidos da base aliada, é lógico que a mesma forma deverá ocorrer com a posição de vice. Vamos ouvir os demais partidos. Acho que o governador também terá um papel preponderante nessa escolha, e, da mesma forma, vai ouvir todos os aliados, analisar qual é o melhor cenário para também anunciar o vice.

Concorda com a tese do senador Jaques Wagner (PT) de que se o candidato for homem a posição de vice deve ser preenchida por uma mulher, e vice-versa?

Olha, o senador Jaques Wagner está sendo chamado de um bruxo. Isso por ele estar se consolidado como ganhador de eleição. Assim, para mim, o que ele diz é uma verdade em toda eleição. Todos diziam, quando Wagner lançou como sucessor o hoje ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), que talvez não fosse o melhor nome porque não era conhecido. E Wagner levou Rui a duas vitórias. Da mesma forma aconteceu com Jerônimo em 2022. Foi Wagner quem trouxe o MDB para Jerônimo no momento decisivo, foi responsável pelo apoio do MDB. Então, se ele está dizendo que a vice tem que ser uma mulher, é porque ele deve ter argumentos e razões para isso, que eu não sei qual é. Mas confiamos no senador.

“Veja que a nossa estratégia em 2022 deu certo. A gente não estava atrás de indicar para a chapa um emedebista, mas sim um emedebista que agregasse.”

A presença de Wagner na plenária do PT de Salvador, que aconteceu no último dia 28 e fortaleceu o nome de Robinson Almeida, foi um balde de água fria para o MDB?

Não, de forma nenhuma. Wagner é petista. A origem dele é petista. O crescimento dele na política é petista. Ele chegou onde chegou por causa do PT, por causa do time de Lula, certo? Então é natural. Seria assombroso se ele não fosse na plenária. E as declarações dele são muito sensatas. Ele disse que o primeiro nome dele é Robinson, o que é natural. Mas quando ele fala que o primeiro nome é Robinson, ele não quer dizer que não existe o segundo, o terceiro, o quarto, o quinto, certo? E talvez isso seja a esperança de muitos pré-candidatos. Tem até o ditado popular de que os últimos serão os primeiros, concorda? Acho que foi bom ele ter ido (na plenária), mostrando mais uma vez a capacidade dele de articulação, de aglutinação. Wagner, que tem conversado com o MDB e acredito que com os demais partidos da base, sempre disse que ele faz a política somando, e não dividindo.

O MDB também tem dialogado sobre sucessão com Rui Costa?

Olha, eu nunca tratei do tema com o ministro. Agora todo mundo sabe que existe ali o trio, porque é Jerônimo, Rui e Wagner, certo? Então, creio que Jerônimo também esteja ouvindo Rui, além de Wagner. Não tenho dúvidas de que os três estão muito bem entrosados, e não só nessa questão de definir o candidato a prefeito, mas nas questões da Bahia em geral.

O MDB e o próprio Geraldo Júnior consideram que existe alguma dívida por parte dessas três lideranças petistas por conta do movimento arriscado feito em 2022 pelo partido e pelo atual vice-governador? Afinal, vocês romperam com o grupo liderado pelo ex-prefeito ACM Neto (União), tido, então, como amplo favorito na corrida pelo Palácio de Ondina.

Se eu dissesse que há dívida, estaria mentindo, tanto do ponto de vista partidário quanto pessoal. Com toda certeza não há essa dívida. Wagner nos procurou para fazer parte do projeto. Antes mesmo até de definir a questão da vice, nós já sinalizávamos para o senador que gostaríamos, sim, de integrar o projeto de Lula, desde que ele, Wagner, fosse o fiador dessa nossa participação. E ele prontamente disse que seria o fiador e seria responsável pelo MDB, certo? Depois disso, foi coisa muito rápida, que eu me lembro daquela época. O PP tinha saído da base e evoluímos para o MDB indicar o vice. Surgiram, inclusive, nomes do interior. Mas, até por sugestão minha e do ex-ministro Geddel Vieira Lima, nós indicamos o nome de Geraldo por achar que era justamente o nome da capital, onde estava a força do adversário. Geraldo era presidente da Câmara Municipal e conhecia o jeito do outro lado fazer política. Nós o procuramos com essa missão e muitas acharam que ele não iria aceitar, mas ele, depois de consultar as bases dele, aceitou o convite primeiro do MDB e depois de Wagner, Jerônimo e Rui. E essas conversas não envolveram nenhum tipo de contrapartida. Não houve conversa de que Geraldinho seria o candidato a prefeito em 2024, em hipótese alguma. Então, já estamos satisfeitos em contribuir tanto com o governo Jerônimo quanto com o governo Lula. Claro que ao mostrar lealdade, comprometimento, confiança, reforçando os laços e nos credenciamos a novas missões. Por isso, achamos que temos legitimidade e condições de apresentar o nome de Geraldo para disputar em 2024.

Quais as opções do interior do MDB que surgiram para vice de Jerônimo em 2022?

Surgiram nomes como o do prefeito de Itapetinga, Rodrigo Hagge (MDB), o do prefeito Bêda (MDB), de Ubaiataba, o da ex-vereadora Karlúcia Macêdo (MDB), de Barreiras. Mas a capital permaneceu, apesar de sermos um partido municipalista e com bons quadros no interior. Entendíamos que a estratégia deveria ser um político da capital, porque no interior já tinha a força do PT. Claro, o PT e outros partidos da base tinham e têm muitos deputados que fazem política em Salvador, que são bem votados, mas Geraldinho tinha uma marca, a cara da capital, certo? Precisávamos dizer que estávamos atuando em Salvador, o nosso grupo. Então, essa ideia foi prontamente acatada.

Robinson Almeida, conhecido mais do eleitorado do interior, tem essa “cara” de Salvador?

Todos os nomes apresentados pelos diferentes partidos são excelentes. Claro, eu acho que Geraldinho, na opinião do MDB, é o melhor nome para ganhar a eleição no momento, e não por qualidades pessoais, que todos as têm, como também têm defeitos, mas pelo momento político. Ele acabou de sair de uma campanha majoritária, foi coordenador da campanha de Jerônimo em Salvador, foi presidente da Câmara Municipal e é um quadro que vem estando em evidência. Foi vereador de Salvador por quatro mandatos e aproximou a Câmara Municipal do povo, fazendo uma grande administração. Não estava atrás de colocar um emedebista. Veja que a nossa estratégia em 2022 deu certo. A gente não estava atrás de indicar para a chapa um emedebista, mas sim um emedebista que agregasse. A escolha não se deu pelo critério da amizade, mas para ajudar a ganhar a eleição. E Deus me iluminou e o MDB deu, com a indicação de Geraldinho, mais uma contribuição para a vitória de Jerônimo, além do tempo de TV, do exército de candidatos, de conter o êxodo iniciado pelo PP da nossa base para a candidatura da oposição.

“O que é mais importante, ter um candidato forte que vença a eleição em Salvador, e com isso facilite o projeto de reeleição de Jerônimo e de Lula, ou priorizar um partido por conta da eleição de um ou dois vereadores a mais?”

Lideranças do PT, sobretudo os vereadores, colocam que se o candidato for Geraldo Júnior a chapa proporcional da sigla, e consequentemente da federação com o PCdoB e o PV, será prejudicada e pode até ser reduzida na Câmara Municipal…

Isso aí é falta de debruçar sobre a história. Se você pegar quando a deputada federal Alice Portugal foi candidata a prefeita, o PCdoB fez dois vereadores e o PT fez três. Jerônimo, em 2022, foi o candidato a governador, do PT, e o partido elegeu o mesmo número de deputados estaduais do que o PSD. Portanto, a história mostra que não adianta se ter uma candidatura majoritária que não seja competitiva, pois isso não ajuda nem o partido do candidato. Se fosse assim todos os partidos lançavam qualquer nome achando que isso ajudaria na eleição de vereador. O MDB mesmo, quando lançou João Santana para governador (em 2018), até eu perdi a eleição e tivemos um desempenho bastante ruim na proporcional. Então, isso é discurso para querer colocar no nível de negociação e não é um argumento verdadeiro. O que precisamos ter é um candidato majoritário forte, independentemente de que partido seja, e uma chapa proporcional forte, certo? Pois também não adianta você colocar um candidato forte e o partido não apresentar nomes na proporcional competitivos, conhecidos. E tem mais: o que é mais importante, ter um candidato forte que vença a eleição em Salvador, e com isso facilite o projeto de reeleição de Jerônimo e de Lula, ou priorizar um partido por conta da eleição de um ou dois vereadores a mais? Temos que pensar no coletivo, no grupo, porque a eleição de 2026 também está em jogo e é mais importante do que fazer vereador.

Outra crítica feita que setores do PT e do PCdoB, a exemplo da deputada estadual Olívia Santana, é que Geraldo Júnior seria de direita e sem interlocução com os movimentos sociais…

Hoje ninguém sabe mais qual é o conceito de direita ou de esquerda. Nós vemos o comportamento só quando a pessoa que está no exercício da função, do cargo. Será que o presidente Lula está fazendo um governo, com o ministério que formou, tão para a esquerda quanto ele gostaria? Como diz o senador Otto Alencar (PSD), essa coisa de esquerda e direita parece mais sinalização de trânsito. O PT e o PCdoB, por exemplo, apoiaram a reeleição do presidente da Câmara Federal, deputado Arthur Lira (PP), que está longe de ser da esquerda, mas representava a estabilidade política no país. Enfim, eu acho que é preciso encontrar o meio termo, cuidar tanto do lado social, que é fundamental numa cidade desigual como a nossa, quanto de estimular o setor empresarial a investir, a gerar emprego. Sobre a interlocução com os movimentos sociais, Geraldinho tem se destacado nisso sim, tanto que num evento do Movimento dos Sem Terra (MST) em Salvador ele até mostrou que a ocupação de áreas é importante para a pauta da reforma agrária, e recebeu críticas severas de boa parte da chamada direita por conta disso.

Aliados do prefeito Bruno Reis não escondem considerar que Geraldo Júnior seria o adversário que poderia incomodar mais o atual morador do Palácio Thomé de Souza, sobretudo na largada da disputa. Na sua opinião, isso se deve ao fato de o atual vice-governador conhecer bem o campo opositor, do qual fez parte por muitos anos?

Eu acho que eles têm medo de enfrentar Geraldinho. E medo por qual razão? Porque, primeiro, Geraldinho tem voto do nosso lado e também do lado de lá, do grupo ao qual pertencia, entendeu? Segundo, Geraldinho conhece a estratégia que eles fazem política, certo? É como um treinador de futebol que vai enfrentar o time adversário e conhece esse time, os jogadores, porque já treinou lá. E também, logicamente, eles vão ter muito cuidado se, por alguma questão, tentarem atacar Geraldinho da cintura para baixo porque nosso candidato também treinou na mesma academia.

O senhor acha que a militância e as lideranças do PT em Salvador “vestiriam a camisa” do vice-governador?

Eu sempre digo em Salvador que não sou do MDB, que sou do PBA, o Partido da Base Aliada, certo? Acredito que todos deveriam pensar da mesma forma, principalmente a partir do momento em que o nome for escolhido. Do que adianta fazer um ou dois vereadores a mais se perdermos a eleição na capital? Eu acho até que é melhor não eleger nenhum vereador, o que não vai acontecer, e fazer o prefeito, até porque a maioria pode ser construída. O fato é que a ninguém interessa a derrota. Por isso, o governador Jerônimo, ao fazer a escolha, também vai sinalizar à base que o momento é de todos se unirem para vencer, como aconteceu em 2022 e será importante também no interior e em 2026. Nosso projeto é maior do que o de um ou outro vereador.

Por falar em 2026, o MDB teme que a eventual escolha por Geraldo Júnior possa significar que o partido estará fora da chapa à reeleição de Jerônimo?

Não, meu Deus. E se for impactar para melhorar a certeza da vitória de Jerônimo em 2026, quem é o MDB para criar problema? Estamos juntos em um projeto que é mais importante do que um cargo. Além disso, ninguém sabe como estarão as coisas até lá, entendeu? Qual será a força de cada partido até lá? Isso passa por tanta coisa. Como vai estar o governo Lula e o governo Jerônimo? Então, querer antecipar, achar que tem algum tipo de influência na escolha do candidato para 2026, eu acho que aí é querer especular demais.

“Eu acho até que é melhor não eleger nenhum vereador, o que não vai acontecer, e fazer o prefeito, até porque a maioria pode ser construída.”

No interior, a prioridade do MDB é a candidatura da vereadora Lúcia Rocha a prefeita de Vitória da Conquista?

Os partidos sempre têm como prioridade vencer nas grandes cidades, onde há o eleitorado maior, mas para nós cada município é importante, certo? Mas logicamente que Conquista é uma prioridade, assim como Teixeira de Freitas, Feira de Santana…

O MDB pode apoiar, em Feira, a candidatura do deputado estadual Pablo Roberto, do PSDB? O senhor esteve recentemente com ele…

Estamos discutindo um projeto para Feira. Tratamos, portanto, de projeto e de possibilidade de apoio até num segundo turno, onde o deputado acha que estará. Até pouco tempo atrás houve uma conversa do PSDB com o governador, quando se cogitou que os tucanos poderiam ingressar na base do governo, como fez o Solidariedade. Além disso, o Avante está filiando muitos prefeitos que fizeram oposição ao governo, que caminharam com o ex-prefeito ACM Neto (União). Então, a política está muito complexa nesse sentido e tem ainda as questões locais. Mas em Feira ainda temos a pré-candidatura da vereadora Lu de Ronny, embora a polarização lá seja muito forte e tenhamos muitas dificuldades. Ao contrário de Feira, em Vitória da Conquista a polarização se dá entre a prefeita (Sheila Lemos, do União Brasil e postulante à reeleição) e a nossa vereadora Lúcia Rocha (MDB), que é nossa pré-candidata. Qualquer outra polarização é fake, como revelam as pesquisas. Lúcia lidera as pesquisas, com Sheila em segundo.

Em Itapetinga, outra cidade importante, o MDB vai apoiar mesmo o candidato à sucessão escolhido pelo prefeito emedebista Rodrigo Hagge, que, embora tenha tido o nome cogitado para a vice de Jerônimo, apoiou ACM Neto?

Rodrigo apoiou ACM Neto, mas nunca tentou levar o partido, falar pelo partido, como fez o prefeito de Feira, Colbert Martins, também do MDB. Por isso são casos diferentes, com tratamentos diferenciados. O PT é adversário local de Rodrigo Hagge, que manteve essa disputa no âmbito local, se colocou como dissidente e não tentou fazer uma nova composição contrária à direção partidária. O mesmo vale para o prefeito de Xique-Xique (Reinaldo Braga Filho, do MDB), que também foi uma dissidência, mesmo caso de Rodrigo. Todo mundo sabe da ligação de Reinaldo com o ex-prefeito e não é por isso que ele não terá a legenda para indicar o sucessor.

Ainda sobre a disputa no interior, um fato inusitado é que, em Itabuna, parece que o MDB deseja mais a candidatura do petista Geraldo Simões, ex-prefeito, do que o próprio PT. Como é isso?

Eu também não estou entendendo. Lá em Itabuna você tem Geraldo Simões, que apoiou Jerônimo e é do PT. O MDB abraçou essa candidatura, certo? Mas tem uma parte do PT que briga pelo apoio ao prefeito Augusto Castro (PSD), que permitiu ao grupo dele, durante as eleições de 2022, se dividir entre apoiar Jerônimo e ACM Neto. Ele ficou com um pé em cada canoa. Mas aí são questões mais fisiólogas do que ideológicas. É o que está ocorrendo lá.

“Tem gente que se filia num partido de manhã, de tarde entra em outro e o primeiro nem fica sabendo até que a lista final seja enviada à Justiça Eleitoral. É só aí que vai se descobrir a caixa preta.”

O MDB tem planos de eleger quantos prefeitos em 2024?

Ninguém sabe. Olha, eu acho graça quando se diz que estamos com tantos prefeitos, vamos fazer tantos prefeitos. Ninguém sabe de nada até abril, prazo final das filiações. Tem gente que se filia num partido de manhã, de tarde entra em outro e o primeiro nem fica sabendo até que a lista final seja enviada à Justiça Eleitoral. É só aí que vai se descobrir a caixa preta. Vai ter muita decepção de dirigente partidário. Em 2020, elegemos 15 prefeitos. Vencemos inclusive nas duas maiores cidades: Feira e Conquista. Agora, o que posso dizer é que estou trabalhando muito mais do que na eleição passada. O que isso vai representar em números? Ninguém sabe.

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